Sua Alteza Real a Princesa
Victória da Suécia abriu solenemente o encontro na Ilha de Djugarden, bem perto do Nordiska Museet na cosmopolita Estocolmo. Durante todo um dia discutiu e confraternizou com os membros do conclave. O tema complexo da paz foi abordado pelo ângulo da tolerância, tanto no que ao cidadão comum respeita, mas também – com alguma inovação, ruptura epistemológica com a banalidade usualmente merecedora do assunto –, na atenção e cuidados à natureza.
Nas ruas duma cidade e dum país onde a globalização trouxe afinal uma carga não despicienda de puritanismo, os
shorts e
T-shirts como ornato dos homens e a calça branca semitransparente acrescida do top, umbigo e pequena margem da cueca à vela, moda que galvanizou as mulheres de todo o mundo e de todas as idades, impunham-se com olímpica indiferença aos 19 graus Celsius do ambiente. Exactamente quando a Europa do sul era um braseiro dantesco e as televisões do mundo mostravam um Portugal rural envelhecido e descuidado.
Sobre a mesa estava também o avaliar da eficácia dos mestrados na área da paz e da resolução de conflitos, colaboração de sete das mais importantes universidades do mundo – usufrui da oportunidade de suscitar o interesse da universidade católica portuguesa neste processo – e o aval das Nações Unidas.
Kofi Annan, que então passava férias ali ao lado com a sua esposa escandinava, não se fez rogado a elogiar esta prática Garantiu tudo fazer para por tão elevado capital de conhecimento e experiência jovem ao serviço da ONU.
Halga Bragadóttir, bolseira na universidade de Bradford, Inglaterra, um ídolo mediático da juventude da sua Islândia natal por via da experiência dos estágios em muitas zonas de pequenos e grandes conflitos, designadamente Moçambique, Serra Leoa e Ceilão, empolgou os delegados. A ênfase do seu discurso era forte. O conjurar dos conflitos envolve por excelência a transformação do homem bélico em homem político, a metamorfose do homem que apenas lobriga soluções na ponta das espingardas e nas pedras da intifada, naquele outro homem a aceitar discutir, a cedência, as regras da democracia, processo lento, apelo ao potenciar da cooperação e à ponderação de muito suposto responsável.
Este mesmo horror ao conflito, pai de todas as misérias, a mais grave das doenças do mundo, vi-o há anos em Angola - nos domínios do MPLA e da UNITA - e um pouco por toda a África, enquanto observador internacional, quase sempre mal dirimido.
HpintoAgosto 09
FOTO: Princesa Victória, da Suécia
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