De ora em diante alarido e azáfama serão fortes. Mas os susceptíveis de modificarem na essência o seu voto habitarão universo restrito. Tal o assédio vivido desde há ano e meio.
O governo reagiu à derrapagem das economias mundiais com acerto, acima da maioria das economias robustas. Ainda assim, a oposição fulanizada, muitas vezes injusta, poderá afectar a maioria social. Não se sabe como e quanto.
Há 40 anos estavam no início as sondagens políticas. O trabalho estatístico no ramo evoluiu muito. A realização sucessiva de eleições gerou um histórico propiciador duma avaliação rigorosa das tendências. Todavia, à medida que o
fenómeno da abstenção tem ganho relevo, o tentar manter a qualidade de previsão criou
envieses. Perdoem-me os especialistas. O meu conhecimento da matéria é mais limitado.
Mas não me inibe de dizer, é bem possível vir a acentuar-se o desvirtuar de resultados das sondagens, a induzir em erro partidos, comunicação social e eleitorados. Com o actual método de eleição parlamentar tão cedo não há volta a dar-lhe.
Queremos esperar de partidos a eleger e governo a formar coragem para, logo ali, se entenderem a alterar este processo. O existir de círculos uninominais – metodologia do meu agrado, esgotado como está o presente sistema – não impede à cabeça a formação de governos bacocos. Ao obrigar indirectamente os partidos a realizarem primárias no seu interior, crescem as possibilidades de os candidatos passarem a dizer algo a um dado sector de eleitores e de a disciplina de voto vir a ser mais flexível.
Marques Mendes foi claríssimo a este respeito no discurso de Castelo de Vide. Posiciona-se num patamar eminentemente social-democrata, comum ao centro de PSD e PS. Seria óptimo se tal plataforma estimulasse consensos em torno desta opção, já defendida por cada um dos partidos em momentos desfasados.
Estes mesmos partidos captam o voto liberal. O PSD agrega parte do voto conservador. De modo algum o empresário conservador confia em Portas, por culpa do próprio, ou em outros pesos pluma da área.
Noutro formato eleitoral poderia ser útil ao país e à alfabetização política dos portugueses, surgirem grupos formais no tecido liberal e conservador. Não é de somenos o bloco de esquerda prosseguir alternativa dos não alinhados na banda eleitoral.
Louça já admite o bloco ser poder! Em ambos os casos isso não depende do voluntarismo. Relevante é o país político poder ter maiorias sem a necessidade imperiosa de tal carecer dum só partido.
HpintoAgosto 09
FOTO: David Cameron, presidente dos
Tories, conservadores ingleses
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