Um bom naco do encadeado de escritos neste livro foi produzido no compromisso com a chamada frequente dos media e para reflectir sobre os quadros significativos do mundo em contextos diversos. É sempre o frenesim da transformação incessante que os embebe. É a um só tempo paixão idílica e realidade crua, desejo e peregrinação.
As minhas viagens como consultor internacional e enquanto voluntário de causas humanitárias e apreciador de paisagens humanas ou mesmo quando participante em grandes conferências científicas, deram-me a oportunidade de construir o enredo ficcionado duma saga fabulosa, a luta para apear um dos grandes males do mundo de forma que pode ser matricial para a solução doutros estrangulamentos mor da Humanidade. Um poema épico que tem a montante e a jusante Cem Anos de Milagres, qual passada hercúlea em que se contextualiza. Nele se enxertam outras histórias como sonhos ou pesadelos, visões e reflexões sobre os tiques da sociedade contemporânea e os seus actores.
A morte pelo esquecimento é o cruel destino da maioria dos grandes fautores da vida. Perpassa nesta trama multiforme e lógica um outro fio de pensamento que estiliza traços, histórias e protagonistas do dia a dia mas com alguma ênfase no maior envolvimento solidário do mundo, praticamente desconhecido de muitos apesar de coexistir no meio de todos, de portas escancaradas.
Neste vaguear do desencanto, a nostalgia de John Wayne, até à esperança correndo por tempo e distância, o grande fogo que transforma ateado nos gestos simples e obras grandiosas, há todo um universo de avanços e recuos. Lado a lado com as pessoas comuns e os donos do planeta, dos cowboys do oeste americano aos judeus do anchlüss, das areias quentes de Gaza e Darfur aos confins da savana da África medieval ou às ruas do Haiti dos ton macoutes que persiste, damo-nos conta do avesso dos estereótipos sócio – económicos vigentes.
A muitas das personagens – só o nome é não raro alegoria ou metáfora –, mais ou menos polémicas, move-as ou tolhe-as dúvida e certeza, o amor e a libido ou a inquietação e o abandono, quais Euridice, Isolda ou Mélisande. Procuram-se os caminhos do exemplo sem tombar no remoque moralista. Exaltam-se valores de sempre sem condenações ou fugas ao contexto da evolução dos tempos.
As histórias, flashbacks dum pensamento atento, onírico ou simplesmente mordaz, reflectem o olhar comprometido com uma perspectiva do mundo que é tanto quanto possível interveniente social actuante, inconformista, não abúlica, avessa ao esgar forçado do consensual, defensora dum cosmos terreno multipolar e diverso, a tomar partido fora de qualquer partido, optimista com moderação, humorada e irónica, sensual ou distante mas nunca redutora.
A expressão sardónica Até o Diabo Tem as Malas Feitas, que titula o livro, é um lamento como quem diz «basta!», apanhado numa sociedade em que a tolerância não se inclui nas regras de viver e todos os fins parecem justificar os meios. Está no cerne de grande parte destas vidas como reflexo duma postura saudável de não resignação, de alento, de independência.
Devo um agradecimento muito vivo aos queridos amigos que me ajudaram nesta edição, desde a Isabel Garcia da Editorial Minerva de Coimbra pelos cuidados na concepção e edição, ao Carlos Lança, dos grandes pintores do mundo, pela capa lindíssima que me proporcionou e ao António José Laranjeira pela revisão cuidadosa do texto.
Bem-hajam todos os dirigentes da Organização Mundial de Saúde, dos Centers for Disease Control and Prevention e de Rotary International, que me têm distinguido com os seus convites profissionais ou para ocupar cargos mundiais que me permitem ter este olhar singular sobre o mundo de que me orgulho.
O meu reconhecimento à Alexandra Serôdio do Jornal de Notícias, à Ana Isabel da RDP, ao João Figueira do Diário de Notícias, ao Francisco Santos do semanário Região de Leiria, e à Ana Lúcia do Diário de Leiria, bem como às administrações destas empresas, por insistirem comigo a todo o instante para continuar a colaborar nas suas publicações e programas, o que faço sempre como um dever, e por nunca se fazerem rogados em qualquer instante.
As fotografias do Sérgio Claro e do Manuel Cardona são muito mais expressivas que as minhas palavras. Bem-hajam.
Muitos dos citados neste livro são amigos que admiro francamente e me têm ajudado a descodificar o turbilhão de sóis e cronos que passam como vertigem, o que é prova mais que suficiente para o meu imenso penhor e respeito. Outros são produto do tempo ou da imaginação.
A minha família está imersa em qualquer parte deste cortejo. Sem o amor da Maria da Graça, minha mulher, da Andreia minha filha, e da Maria, minha mãe, qual calvo Sansão ou Aquiles descalço, nunca teria a força anímica e a oportunidade suficientes para fazer a vida de que me ufano.
Henrique Pinto
Outubro 09
Prólogo do livro com o mesmo nome, 2ª edição, 2009
As minhas viagens como consultor internacional e enquanto voluntário de causas humanitárias e apreciador de paisagens humanas ou mesmo quando participante em grandes conferências científicas, deram-me a oportunidade de construir o enredo ficcionado duma saga fabulosa, a luta para apear um dos grandes males do mundo de forma que pode ser matricial para a solução doutros estrangulamentos mor da Humanidade. Um poema épico que tem a montante e a jusante Cem Anos de Milagres, qual passada hercúlea em que se contextualiza. Nele se enxertam outras histórias como sonhos ou pesadelos, visões e reflexões sobre os tiques da sociedade contemporânea e os seus actores.
A morte pelo esquecimento é o cruel destino da maioria dos grandes fautores da vida. Perpassa nesta trama multiforme e lógica um outro fio de pensamento que estiliza traços, histórias e protagonistas do dia a dia mas com alguma ênfase no maior envolvimento solidário do mundo, praticamente desconhecido de muitos apesar de coexistir no meio de todos, de portas escancaradas.
Neste vaguear do desencanto, a nostalgia de John Wayne, até à esperança correndo por tempo e distância, o grande fogo que transforma ateado nos gestos simples e obras grandiosas, há todo um universo de avanços e recuos. Lado a lado com as pessoas comuns e os donos do planeta, dos cowboys do oeste americano aos judeus do anchlüss, das areias quentes de Gaza e Darfur aos confins da savana da África medieval ou às ruas do Haiti dos ton macoutes que persiste, damo-nos conta do avesso dos estereótipos sócio – económicos vigentes.
A muitas das personagens – só o nome é não raro alegoria ou metáfora –, mais ou menos polémicas, move-as ou tolhe-as dúvida e certeza, o amor e a libido ou a inquietação e o abandono, quais Euridice, Isolda ou Mélisande. Procuram-se os caminhos do exemplo sem tombar no remoque moralista. Exaltam-se valores de sempre sem condenações ou fugas ao contexto da evolução dos tempos.
As histórias, flashbacks dum pensamento atento, onírico ou simplesmente mordaz, reflectem o olhar comprometido com uma perspectiva do mundo que é tanto quanto possível interveniente social actuante, inconformista, não abúlica, avessa ao esgar forçado do consensual, defensora dum cosmos terreno multipolar e diverso, a tomar partido fora de qualquer partido, optimista com moderação, humorada e irónica, sensual ou distante mas nunca redutora.
A expressão sardónica Até o Diabo Tem as Malas Feitas, que titula o livro, é um lamento como quem diz «basta!», apanhado numa sociedade em que a tolerância não se inclui nas regras de viver e todos os fins parecem justificar os meios. Está no cerne de grande parte destas vidas como reflexo duma postura saudável de não resignação, de alento, de independência.
Devo um agradecimento muito vivo aos queridos amigos que me ajudaram nesta edição, desde a Isabel Garcia da Editorial Minerva de Coimbra pelos cuidados na concepção e edição, ao Carlos Lança, dos grandes pintores do mundo, pela capa lindíssima que me proporcionou e ao António José Laranjeira pela revisão cuidadosa do texto.
Bem-hajam todos os dirigentes da Organização Mundial de Saúde, dos Centers for Disease Control and Prevention e de Rotary International, que me têm distinguido com os seus convites profissionais ou para ocupar cargos mundiais que me permitem ter este olhar singular sobre o mundo de que me orgulho.
O meu reconhecimento à Alexandra Serôdio do Jornal de Notícias, à Ana Isabel da RDP, ao João Figueira do Diário de Notícias, ao Francisco Santos do semanário Região de Leiria, e à Ana Lúcia do Diário de Leiria, bem como às administrações destas empresas, por insistirem comigo a todo o instante para continuar a colaborar nas suas publicações e programas, o que faço sempre como um dever, e por nunca se fazerem rogados em qualquer instante.
As fotografias do Sérgio Claro e do Manuel Cardona são muito mais expressivas que as minhas palavras. Bem-hajam.
Muitos dos citados neste livro são amigos que admiro francamente e me têm ajudado a descodificar o turbilhão de sóis e cronos que passam como vertigem, o que é prova mais que suficiente para o meu imenso penhor e respeito. Outros são produto do tempo ou da imaginação.
A minha família está imersa em qualquer parte deste cortejo. Sem o amor da Maria da Graça, minha mulher, da Andreia minha filha, e da Maria, minha mãe, qual calvo Sansão ou Aquiles descalço, nunca teria a força anímica e a oportunidade suficientes para fazer a vida de que me ufano.
Henrique Pinto
Outubro 09
Prólogo do livro com o mesmo nome, 2ª edição, 2009
FOTOS: Capa do livro, do saudoso amigo pintor Carlos Lança; a jovem e excelente actriz portuguesa Rita Pereira bem poderia desempenhar os papeis de Euridice, Isolda ou Mélisande, estilizadas neste livro. Move-as ou tolhe-as dúvida e certeza, o amor e a libido ou a inquietação e o abandono
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