Quando em 1978 o Board considerou pela primeira vez a ideia da vacinação global – o presidente era então Clem Renouf of Nambour, de Queensland, Austrália – compreendeu que os clubes podiam objectar à natureza «corporativa» dum tal projecto. E mais, a resolução 23-34 desencorajava ainda RI de sugerir campanhas colectivas ou projectos para clubes individuais.
Não se trata já da centelha fumarenta e evanescente mas da própria chama que iluminará um outro grande momento de viragem na estratégia de RI. O próprio movimento teve de empreender mudanças estruturais internas, globais, para perspectivar um projecto à escala mundial. Uma operação tanto mais delicada e morosa quando se sabe que as mensagens são mais lentas que os mensageiros mesmo a uma escala modesta. Que dizer então quanto a um cenário como o dos clubes de todo o mundo?
Renouf tinha feito uma outra proposta ao executivo nas suas últimas semanas como presidente eleito. O que levou à criação dum Fundo para a comemoração do 75º aniversário composto inteiramente por contribuições voluntárias que seriam recolhidas num período de dois anos a começar em 1978. Os fundos seriam gastos em «grandes programas de serviço internacionais, como por exemplo num esforço mundial na imunização de crianças e adultos» por não mais do que cinco anos.
Na Convenção de RI em Tóquio, em 1978, Hingson voltou a encantar os rotários. Falou da sua «arma de paz» e também da visão que o motivava para uma campanha de imunização internacional de Rotary. É então que o presidente eleito Clem Renouf mata dois coelhos num só golpe de cajado sugerindo aos rotários que o novel Programa 3 H e os projectos de imunização deveriam ser ligados e pagos com as contribuições para o Fundo do 75º aniversário.
Uma vez mais RI pediu conselho à OMS para se poder saber com consistência científica por onde começar. A resposta sugeria a Indonésia, a Papua Nova Guiné ou as Filipinas. Logo em 1979, o Dr. Sabino «Benny» Santos do Rotary Club de Malolos, nas Filipinas, submeteu ao Board uma proposta de subsídio 3 H, alegando que levaria a cabo um projecto de imunização contra a polio no seu país. Era um apelo de aceitação quase obrigatória. Dentre as 32 nações da OMS da Região do Pacífico Ocidental, as Filipinas tinham 45% de todos os casos de polio e 74% de todas as mortes por esta doença. Além disso, Rotary tinha uma forte implantação naquele país, um enorme benefício para a necessária mobilização de voluntários. Um antigo secretário de Estado do país estava no clube de «Benny» Santos, e o secretário de Estado indigitado era um dos membros do Rotary Club de Manila, na capital das Filipinas.
Henrique Pinto
Setembro 09, no Dia Mundial da Polio
FOTOS: Manila, capital das Filipinas, casas «espanholas» em Intramuros; Dr. Sabino «Beny» Santos, uma proposta de subsídio 3H decisiva para a Campanha de Erradicação da Polio
Não se trata já da centelha fumarenta e evanescente mas da própria chama que iluminará um outro grande momento de viragem na estratégia de RI. O próprio movimento teve de empreender mudanças estruturais internas, globais, para perspectivar um projecto à escala mundial. Uma operação tanto mais delicada e morosa quando se sabe que as mensagens são mais lentas que os mensageiros mesmo a uma escala modesta. Que dizer então quanto a um cenário como o dos clubes de todo o mundo?
Renouf tinha feito uma outra proposta ao executivo nas suas últimas semanas como presidente eleito. O que levou à criação dum Fundo para a comemoração do 75º aniversário composto inteiramente por contribuições voluntárias que seriam recolhidas num período de dois anos a começar em 1978. Os fundos seriam gastos em «grandes programas de serviço internacionais, como por exemplo num esforço mundial na imunização de crianças e adultos» por não mais do que cinco anos.
Na Convenção de RI em Tóquio, em 1978, Hingson voltou a encantar os rotários. Falou da sua «arma de paz» e também da visão que o motivava para uma campanha de imunização internacional de Rotary. É então que o presidente eleito Clem Renouf mata dois coelhos num só golpe de cajado sugerindo aos rotários que o novel Programa 3 H e os projectos de imunização deveriam ser ligados e pagos com as contribuições para o Fundo do 75º aniversário.
Uma vez mais RI pediu conselho à OMS para se poder saber com consistência científica por onde começar. A resposta sugeria a Indonésia, a Papua Nova Guiné ou as Filipinas. Logo em 1979, o Dr. Sabino «Benny» Santos do Rotary Club de Malolos, nas Filipinas, submeteu ao Board uma proposta de subsídio 3 H, alegando que levaria a cabo um projecto de imunização contra a polio no seu país. Era um apelo de aceitação quase obrigatória. Dentre as 32 nações da OMS da Região do Pacífico Ocidental, as Filipinas tinham 45% de todos os casos de polio e 74% de todas as mortes por esta doença. Além disso, Rotary tinha uma forte implantação naquele país, um enorme benefício para a necessária mobilização de voluntários. Um antigo secretário de Estado do país estava no clube de «Benny» Santos, e o secretário de Estado indigitado era um dos membros do Rotary Club de Manila, na capital das Filipinas.
Henrique Pinto
Setembro 09, no Dia Mundial da Polio
FOTOS: Manila, capital das Filipinas, casas «espanholas» em Intramuros; Dr. Sabino «Beny» Santos, uma proposta de subsídio 3H decisiva para a Campanha de Erradicação da Polio
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