A primeira vez que me dirigi a Tony Serrano no final da sessão onde ele discursara em Salzburgo, na Áustria, fi-lo em inglês, por absoluta distracção, pois ele já me tinha sido apresentado há algum tempo por Madureira Pires em Santo António do Texas. Como se tal fosse necessário, penso agora depois de nos termos cruzado em diferentes continentes, a quem com tanto esmero bem domina a sua língua mãe, o português.
Ora é um privilégio considerável ter a oportunidade de conhecer este homem sereno, prestável aos outros e por demais agradável no trato, um rotário ilustre de língua portuguesa, um rotário de primeira linha tanto no sentido prático de riqueza de carácter, de personalidade, de sabedoria, quanto de evidência pela sua trajectória pessoal no panorama do rotarismo mundial. É uma honra poder desfrutar da amizade de Tony, Marie e Teresa.
António Moreira Serrano, simplesmente Tony como é universalmente conhecido mundo fora, nasceu em Angola e passou a sua vida de jovem na Zâmbia e no Zimbabué, antes de em 1970 emigrar para a África do Sul com a sua família. É rotário desde 1957 ao entrar para o Rotary Club de Livingstone, na Zâmbia, para o continuar depois no Rotary Club de Bedfordview, na África do Sul.
O Tony e a Marie constituem um casal maravilhoso e elegante. Casaram há 54 anos e têm quatro filhos e três netos.
Homem de vasta cultura os seus hobbies estendem-se da música e do teatro à jardinagem e ao andar a pé.
O nosso amigo comum Eric Marques, que vive em Harare, costuma dizer que Tony Serrano sempre o inspirou na sua vida, desde que o conheceu em 1986 e até hoje, com a mesma intensidade. «Desde o primeiro instante gostei do seu sorriso contagiante... ele estava a viajar através do Zimbabué numa missão da polio e eu tive a oportunidade de ouvir falar em primeira mão sobre o compromisso inicial de Rotary para tentar resolver o problema da poliomielite».
Há anos, o amigo Tony Serrano, regressado a sua casa na África do Sul com a esposa, vindo de Brisbane, Austrália, disse-me ir aproveitar a circunstância para «passar um tempo maravilhoso revendo velhos amigos». Mas enquanto me faz o esboço do seu Curriculum Vitae, dias depois, está já de partida para uma nova viagem de dez dias com a sua filha Teresa ao leste da Província do Cabo.
Tony serviu Rotary de todas as formas possíveis e em quase todos os cargos de liderança a qualquer nível, local, regional e mundial.
Em 1976-7 foi presidente do Rotary Club de Bedfordview. Foi governador do distrito 9300 em 1983-4.
E tanto no clube como no distrito exerceu o seu ministério de servir em todas as avenidas e comissões de serviço, como presidente ou membro de comissão.
No âmbito regional foi secretário e chairman do conselho de governadores do sudeste africano durante quatro dos sete anos em que «militou» naquele conselho.
Mas desde logo trabalhou em RI numa multiplicidade de cargos e funções absolutamente desconcertante e envolvente, tal a sua capacidade de trabalho e de «se dar aos outros». Foi assim ao servir como membro da comissão do serviço à comunidade mundial de ANZAO, conselheiro do seminário de informação sobre Rotary durante dois anos e líder de grupo de discussão na Assembleia Internacional por outros tantos.
Membro das comissões de voluntários de rotary, chairman do CEEMA regional da zona 6 – comissão de voluntários de rotary em acção, e membro da comissão especial regional do CEEMA, foi por duas vezes eleito também delegado ao conselho de legislação de Rotary International RI).
Se a saga de RI quanto à paralisia infantil o tocou vivamente e deveras o absorveu do ponto de vista físico, intelectual e emocional, nomeadamente de início envolvido na comissão subsaariana da PolioPlus e depois em muitas tarefas e funções altamente diferenciadas, desdobra-se afinal por uma imensidão de áreas de abordagem bem diversas e não menos complexas.
Tony Serrano, o «senhor África», foi chairman da comissão de promoção e planeamento dum número incontável de Conferências e Institutos africanos de Boa Vontade, coordenador de área da Task Force do quadro social em África, membro da comissão de relações internacionais e chairman ou vice chairman da comissão de assuntos africanos durante cinco anos.
«Temos de combinar encontrarmo-nos lá em Portugal para comermos uma bacalhoada», eis uma singela manifestação recorrente de Tony Serrano, porventura demonstrativa da saudade e do afecto que o ligam às suas raízes.
Mas Tony Serrano, este nosso querido amigo, «patrício», cavalheiro, homem de bem, um cosmopolita que já visitou 56 países, assistiu a 40 conferências distritais à volta do mundo e participou em 24 Convenções de RI, foi director de Rotary International em 1993-5, tendo tido o privilégio de liderar o seu Board como chairman da comissão executiva em 1994-5.
(Continua mais abaixo)
Henrique Pinto
Setembro 09
Ora é um privilégio considerável ter a oportunidade de conhecer este homem sereno, prestável aos outros e por demais agradável no trato, um rotário ilustre de língua portuguesa, um rotário de primeira linha tanto no sentido prático de riqueza de carácter, de personalidade, de sabedoria, quanto de evidência pela sua trajectória pessoal no panorama do rotarismo mundial. É uma honra poder desfrutar da amizade de Tony, Marie e Teresa.
António Moreira Serrano, simplesmente Tony como é universalmente conhecido mundo fora, nasceu em Angola e passou a sua vida de jovem na Zâmbia e no Zimbabué, antes de em 1970 emigrar para a África do Sul com a sua família. É rotário desde 1957 ao entrar para o Rotary Club de Livingstone, na Zâmbia, para o continuar depois no Rotary Club de Bedfordview, na África do Sul.
O Tony e a Marie constituem um casal maravilhoso e elegante. Casaram há 54 anos e têm quatro filhos e três netos.
Homem de vasta cultura os seus hobbies estendem-se da música e do teatro à jardinagem e ao andar a pé.
O nosso amigo comum Eric Marques, que vive em Harare, costuma dizer que Tony Serrano sempre o inspirou na sua vida, desde que o conheceu em 1986 e até hoje, com a mesma intensidade. «Desde o primeiro instante gostei do seu sorriso contagiante... ele estava a viajar através do Zimbabué numa missão da polio e eu tive a oportunidade de ouvir falar em primeira mão sobre o compromisso inicial de Rotary para tentar resolver o problema da poliomielite».
Há anos, o amigo Tony Serrano, regressado a sua casa na África do Sul com a esposa, vindo de Brisbane, Austrália, disse-me ir aproveitar a circunstância para «passar um tempo maravilhoso revendo velhos amigos». Mas enquanto me faz o esboço do seu Curriculum Vitae, dias depois, está já de partida para uma nova viagem de dez dias com a sua filha Teresa ao leste da Província do Cabo.
Tony serviu Rotary de todas as formas possíveis e em quase todos os cargos de liderança a qualquer nível, local, regional e mundial.
Em 1976-7 foi presidente do Rotary Club de Bedfordview. Foi governador do distrito 9300 em 1983-4.
E tanto no clube como no distrito exerceu o seu ministério de servir em todas as avenidas e comissões de serviço, como presidente ou membro de comissão.
No âmbito regional foi secretário e chairman do conselho de governadores do sudeste africano durante quatro dos sete anos em que «militou» naquele conselho.
Mas desde logo trabalhou em RI numa multiplicidade de cargos e funções absolutamente desconcertante e envolvente, tal a sua capacidade de trabalho e de «se dar aos outros». Foi assim ao servir como membro da comissão do serviço à comunidade mundial de ANZAO, conselheiro do seminário de informação sobre Rotary durante dois anos e líder de grupo de discussão na Assembleia Internacional por outros tantos.
Membro das comissões de voluntários de rotary, chairman do CEEMA regional da zona 6 – comissão de voluntários de rotary em acção, e membro da comissão especial regional do CEEMA, foi por duas vezes eleito também delegado ao conselho de legislação de Rotary International RI).
Se a saga de RI quanto à paralisia infantil o tocou vivamente e deveras o absorveu do ponto de vista físico, intelectual e emocional, nomeadamente de início envolvido na comissão subsaariana da PolioPlus e depois em muitas tarefas e funções altamente diferenciadas, desdobra-se afinal por uma imensidão de áreas de abordagem bem diversas e não menos complexas.
Tony Serrano, o «senhor África», foi chairman da comissão de promoção e planeamento dum número incontável de Conferências e Institutos africanos de Boa Vontade, coordenador de área da Task Force do quadro social em África, membro da comissão de relações internacionais e chairman ou vice chairman da comissão de assuntos africanos durante cinco anos.
«Temos de combinar encontrarmo-nos lá em Portugal para comermos uma bacalhoada», eis uma singela manifestação recorrente de Tony Serrano, porventura demonstrativa da saudade e do afecto que o ligam às suas raízes.
Mas Tony Serrano, este nosso querido amigo, «patrício», cavalheiro, homem de bem, um cosmopolita que já visitou 56 países, assistiu a 40 conferências distritais à volta do mundo e participou em 24 Convenções de RI, foi director de Rotary International em 1993-5, tendo tido o privilégio de liderar o seu Board como chairman da comissão executiva em 1994-5.
(Continua mais abaixo)
Henrique Pinto
Setembro 09
FOTOS: M.J. Madureira Pires, Marie Serrano, Ruth Madureira Pires e Tony Serrano, Viseu, Portugal 2007; Tony Serrano, Nairobi, Quénia, 2003
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