Quantas e poderosas são as monarquias europeias!? Quase todos os países com melhor qualidade de vida têm príncipes, reis e rainhas como figuras constitucionais soberanas, de respeitabilidade acima da média. Quem nos dera fosse ampliado o exemplo moderno desses países!
As celebrações de regime não perdem significado nem se ritualizam se forem bem contextualizadas. Mesmo assim, à medida da passagem dos anos, relativiza-se a sua importância.
O sucesso da república em Portugal no ano de 1910, mais do que a ruptura com o regime monárquico, era suposto assegurar a ampliação das possibilidades democráticas. Os exageros foram muitos. Democracia se verdadeiramente a houve só a espaços breves, independentemente de muitos, notáveis e menos nomeados, se baterem dignamente por tal dama. A violência – ampliando o crime ignóbil da morte do rei D. Carlos e do príncipe Luís Filipe em 1908 –, como a intolerância religiosa e a perda de direitos pelas mulheres, foi praticamente omnipresente nas ruas, sobretudo na capital, até o movimento militar de 1926 instalar um regime de evolução ditatorial. Duraria quase 50 anos.
A 5 de Outubro de 2009 assinala-se a importante efeméride de instauração da república em Portugal.
A formação intelectual republicana em Portugal vem, sobretudo, desde o século XIX. Influenciou de forma determinante boa parte do pensamento não comunista de oposição ao Estado Novo. É o republicanismo jacobino oitocentista, herdeiro dos sans-cullotes. Nada tem a ver com o pensamento jacobino do século XVIII, o nacionalismo pequeno burguês urbano, nem com o do partido «democrático» de Afonso Costa. Foi a marca mais vincada do espírito de boa parte da oposição política até 1974 (não necessariamente maçónica). Sustenta, finalmente, algo do crescer da democracia formal portuguesa a partir de 1976, após nove séculos de centralismo.
É essa «república» reinventada, ânsia de democracia política, económica e social, jovem de ideais, a por minha banda vista nas celebrações de 5 de Outubro.
Henrique Pinto
Dia 3 de Outubro de 2009
As celebrações de regime não perdem significado nem se ritualizam se forem bem contextualizadas. Mesmo assim, à medida da passagem dos anos, relativiza-se a sua importância.
O sucesso da república em Portugal no ano de 1910, mais do que a ruptura com o regime monárquico, era suposto assegurar a ampliação das possibilidades democráticas. Os exageros foram muitos. Democracia se verdadeiramente a houve só a espaços breves, independentemente de muitos, notáveis e menos nomeados, se baterem dignamente por tal dama. A violência – ampliando o crime ignóbil da morte do rei D. Carlos e do príncipe Luís Filipe em 1908 –, como a intolerância religiosa e a perda de direitos pelas mulheres, foi praticamente omnipresente nas ruas, sobretudo na capital, até o movimento militar de 1926 instalar um regime de evolução ditatorial. Duraria quase 50 anos.
A 5 de Outubro de 2009 assinala-se a importante efeméride de instauração da república em Portugal.
A formação intelectual republicana em Portugal vem, sobretudo, desde o século XIX. Influenciou de forma determinante boa parte do pensamento não comunista de oposição ao Estado Novo. É o republicanismo jacobino oitocentista, herdeiro dos sans-cullotes. Nada tem a ver com o pensamento jacobino do século XVIII, o nacionalismo pequeno burguês urbano, nem com o do partido «democrático» de Afonso Costa. Foi a marca mais vincada do espírito de boa parte da oposição política até 1974 (não necessariamente maçónica). Sustenta, finalmente, algo do crescer da democracia formal portuguesa a partir de 1976, após nove séculos de centralismo.
É essa «república» reinventada, ânsia de democracia política, económica e social, jovem de ideais, a por minha banda vista nas celebrações de 5 de Outubro.
Henrique Pinto
Dia 3 de Outubro de 2009
FOTO: Mário Soares vindo do exílio à chegada a Santa Apolónia, Portugal, Abril 1974; António José de Almeida, depois de concluir o curso médico em 1896 vai para Angola e depois São Tomé e Príncipe exercer medicina até 1903, dirigente do partido republicano, rompe com Afonso Costa para formar o partido evolucionista, republicano moderado. Foi o 6º presidente da república (1919-23), nomeou 16 governos
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