A Iniciativa Global de Erradicação da polio, como veio a ser chamada pela OMS, tem três ferramentas essenciais para apoiar um programa de imunização de rotina dum país – a imunização de massas (NIDs), a vigilância epidemiológica e o mopping-up.
Tendo o país uma vez concordado em conduzir um NID trabalhava com a organização global de parceiros, a Comissão Inter Agências, para coordenar quando e como deveria ser conduzido e quantas doses de vacina seriam necessárias. Antes do NID, Rotary e UNICEF conduziam acções de mobilização social, espalhando a palavra, ao trabalharem com os governos, estações de rádio e TV e líderes religiosos e comunitários. Cada mãe, cada criança e cada professor recebia informação de que num certo dia todas as crianças com menos de cinco anos deveriam ser trazidas a um local de vacinação. Na Turquia foram mesmo lançados panfletos de helicópteros. Por fim passou a usar-se o porta-a-porta em detrimento das concentrações em locais estratégicos para vacinar.
Foram interrompidas guerras – como na República Democrática do Congo e no Sri Lanka –, ambas as partes concordando voluntariamente em baixar as armas em Dias de Tranquilidade, para as crianças ppderem ser vacinadas contra a polio.
Mas muitos voluntários rotários arriscaram as suas vidas para vacinar crianças. Um desses exemplos é o Dr. Bill Sprague, de Grand Rapids, no Michigan. Viajou por áreas perigosas do Afeganistão, Cambodja, Somália e Sudão para coordenar os esforços PolioPlus. Os rotários em Angola, como Walter Brock e Sylvia Nagy, e no Peru, encararam corajosamente o perigo para distribuir a vacina preciosa.
Durante um NID no Peru a guerrilha Sendero Luminoso baixou temporariamente as armas para que os rotários pudessem trabalhar em 2300 postos de vacinação. Foram feitos mais de 28 000 almoços para os trabalhadores da saúde e voluntários e utilizaram-se mais de 800 veículos para transportar a vacina à volta do país.
A segunda ferramenta da campanha é a vigilância epidemiológica levada a cabo pelas autoridades nacionais de saúde, muitas vezes com o apoio da OMS e do CDC. Em duas e às vezes três ou mais ocasiões por ano, cada criança com menos de cinco anos deveria receber duas gotas de vacina oral. Das raízes até ao nível de topo do país, a OMS e o CDC, e em muitos casos com o Rotary, monitorizavam cada surto de polio. Se aparecia mais um caso suspeito – e muitas vezes ofereciam-se recompensas financeiras para que os novos casos de polio fossem notificados – eram recolhidas duas amostras de fezes num intervalo não superior a 48 horas (as chamadas amostras oportunas) e enviadas ao laboratório certificado mais próximo, escrupulosamente acondicionadas. Isto possibilitava aos parceiros conhecer com exactidão como é que o programa estava a funcionar e rapidamente direccionarem recursos específicos para uma dada área na eventualidade dum surto repentino de polio. Só quando um país não tem casos novos por mais de três anos consecutivos pode vir a ser certificado como livre de polio.
Desenvolver uma rede mundial de laboratórios certificados era essencial para a vigilância e o sucesso de PolioPlus. Rotary proporcionou financiamentos chave para se conseguirem tais laboratórios.
A fase final do programa chamada mopping-up tinha como alvo as crianças que faltavam nos NIDs ou podia cobrir uma área inteira onde a vigilância tinha indicado um caso novo de polio.
Henrique Pinto
Setembro 09, no Dia Mundial da Polio
FOTO: o grande pianista portugês Pedro Burmester, ao centro, ladeado por Miguel Sobral Cid e por mim, meu amigo de há muitos anos, foi uma das personalidades que aderiu ao Programa que organizei com a Televisão Portuguesa, em favor da Campanha da Polio, em 2002 - 03; Dia Mundial da Paz em Nairobi, Quénia, 2003; Dra. Margareth Chen, actual directora-geral da OMS
Tendo o país uma vez concordado em conduzir um NID trabalhava com a organização global de parceiros, a Comissão Inter Agências, para coordenar quando e como deveria ser conduzido e quantas doses de vacina seriam necessárias. Antes do NID, Rotary e UNICEF conduziam acções de mobilização social, espalhando a palavra, ao trabalharem com os governos, estações de rádio e TV e líderes religiosos e comunitários. Cada mãe, cada criança e cada professor recebia informação de que num certo dia todas as crianças com menos de cinco anos deveriam ser trazidas a um local de vacinação. Na Turquia foram mesmo lançados panfletos de helicópteros. Por fim passou a usar-se o porta-a-porta em detrimento das concentrações em locais estratégicos para vacinar.
Foram interrompidas guerras – como na República Democrática do Congo e no Sri Lanka –, ambas as partes concordando voluntariamente em baixar as armas em Dias de Tranquilidade, para as crianças ppderem ser vacinadas contra a polio.
Mas muitos voluntários rotários arriscaram as suas vidas para vacinar crianças. Um desses exemplos é o Dr. Bill Sprague, de Grand Rapids, no Michigan. Viajou por áreas perigosas do Afeganistão, Cambodja, Somália e Sudão para coordenar os esforços PolioPlus. Os rotários em Angola, como Walter Brock e Sylvia Nagy, e no Peru, encararam corajosamente o perigo para distribuir a vacina preciosa.
Durante um NID no Peru a guerrilha Sendero Luminoso baixou temporariamente as armas para que os rotários pudessem trabalhar em 2300 postos de vacinação. Foram feitos mais de 28 000 almoços para os trabalhadores da saúde e voluntários e utilizaram-se mais de 800 veículos para transportar a vacina à volta do país.
A segunda ferramenta da campanha é a vigilância epidemiológica levada a cabo pelas autoridades nacionais de saúde, muitas vezes com o apoio da OMS e do CDC. Em duas e às vezes três ou mais ocasiões por ano, cada criança com menos de cinco anos deveria receber duas gotas de vacina oral. Das raízes até ao nível de topo do país, a OMS e o CDC, e em muitos casos com o Rotary, monitorizavam cada surto de polio. Se aparecia mais um caso suspeito – e muitas vezes ofereciam-se recompensas financeiras para que os novos casos de polio fossem notificados – eram recolhidas duas amostras de fezes num intervalo não superior a 48 horas (as chamadas amostras oportunas) e enviadas ao laboratório certificado mais próximo, escrupulosamente acondicionadas. Isto possibilitava aos parceiros conhecer com exactidão como é que o programa estava a funcionar e rapidamente direccionarem recursos específicos para uma dada área na eventualidade dum surto repentino de polio. Só quando um país não tem casos novos por mais de três anos consecutivos pode vir a ser certificado como livre de polio.
Desenvolver uma rede mundial de laboratórios certificados era essencial para a vigilância e o sucesso de PolioPlus. Rotary proporcionou financiamentos chave para se conseguirem tais laboratórios.
A fase final do programa chamada mopping-up tinha como alvo as crianças que faltavam nos NIDs ou podia cobrir uma área inteira onde a vigilância tinha indicado um caso novo de polio.
Henrique Pinto
Setembro 09, no Dia Mundial da Polio
FOTO: o grande pianista portugês Pedro Burmester, ao centro, ladeado por Miguel Sobral Cid e por mim, meu amigo de há muitos anos, foi uma das personalidades que aderiu ao Programa que organizei com a Televisão Portuguesa, em favor da Campanha da Polio, em 2002 - 03; Dia Mundial da Paz em Nairobi, Quénia, 2003; Dra. Margareth Chen, actual directora-geral da OMS
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