terça-feira, 21 de julho de 2009

A ÚLTIMA HISTÓRIA

Nesta década, Leiria e outras cidades e vilas de Portugal evoluíram no urbanismo. Retrocesso e estagnação existem em Setúbal e Cascais. Junta-se o mau gosto pífio à chinesice total.
Dos candidatos autárquicos de Leiria espero disponibilidade intelectual para superarem em muito o já feito. Haverá que concluir infraestruturais rurais (a iniciativa local foi aí determinante), ligar melhor as urbes, apostar em nichos de desenvolvimento como Caranguejeira e, sobretudo, Monte Real. E há todas as condições para enfatizar os ganhos ambientais e na cultura.
Conheci Birmingham quando estudei em Londres. Era um burgo porquíssimo, fumo sufocante e lodo nos canais. Ao navegá-los podia-se ainda lobrigar a nuvem de torres e campanário que inspirou Tolkiem em O Senhor dos Anéis. Hoje está uma urbe apetecível, a seduzir o turista médio, parte do centro renovada por uma arquitectura moderníssima de plena integração urbana, a lembrar algumas cidades japonesas.
Por lá cogitei nos três reptos que muito gostaria pudessem ser aceites pelos meus amigos candidatos a Leiria.
Para a cidade, sempre um rosto virginal, eu exijo o arrojo de Capucho no novo Estoril Sol e de Birmingham do Ring à Filarmonia. O arquitecto dum dos projectos adiados de Centros Comerciais andou por lá a perscrutar, ao que parece pouco inspirado. E se recrie uma arquitectura de referência em estética, qualidade e utilização. Vimos que tal é possível com Isaltino Morais. O factor pessoa pública é-me aqui irrelevante.
O centro histórico, corcel de Vitorino, podia ser o melhor lugar de compras do mundo em vez do mais abandonado. Perdeu-se tempo. Agora é a altura definitiva para o tornar um estandarte do belo, cultural e popular.
O mais difícil destes desafios, absolutamente factível, é virar atractivo turístico. Sem esperar pelos órgãos do Estado. O sucesso pode estar no apanhar o comboio de algumas ideias excelentes de Batalha, Tomar e Óbidos e pugnar por um projecto integrado. Há os parceiros certos nos sectores privado e público – fora com os bloqueadores usuais – e inteligência suficiente para ajudar.
Depois há a música. Um município com tamanha iniciativa e capacidade de impacto nos círculos intelectualizados e nos populares, rurais até, não pode descurar este bem, como maus conselheiros na Região de Turismo fizeram.
Quero uma nova história.
Hpinto
In Região de Leiria
Julho 2009

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