sexta-feira, 31 de outubro de 2014

NÃO COMA ISTO, NÂO COMA AQUILO…, QUE HORROR!

Tanto entre o público em geral como entre profissionais com alguma formação em nutrição é vulgar o ouvir-se «não coma isto, não coma aquilo, os açúcares, o leite, a fruta, a água, etc., engordam». E quantas vezes tal não sucede mesmo entre os propaladores das dietas da moda, dietas super restritivas com uma série de proibições pelo meio, e algumas novidades que enchem o olho, como os Detox, sumos «energizantes». Estes sumos naturais são a nova tendência para os que pretendem ter mais saúde e energia. Conjugam os benefícios dos vegetais e fruta crua e não fazem mal algum. Mas, só por si, não suprimem as ditas restrições.
Para ter um desenvolvimento normal o indivíduo tem de ingerir vitaminas e oligoelementos e alimentos das três categorias: glúcidos (açucares), proteínas e gorduras, mas na dose certa. Fazer regimes onde se diminuem cegamente os maiores produtores de energia (glúcidos e gorduras), induzindo emagrecimentos rápidos (que normalmente retrocedem ao fim de algum tempo, dececionando o utilizador), é um disparate. Por mais artificialismos que se introduzam, o tal ar de juventude e de diferença, para tornar a dieta moderna e atraente.
Eis um exemplo apenas em como a introdução de gorduras na dieta pode ser perfeitamente saudável. O colesterol não se dissolve no sangue. Deve ser transportado através da corrente sanguínea por transportadores, as lipoproteínas, cujo nome deriva de gordura (lípidos) e proteínas. Os dois tipos de lipoproteínas que transportam o colesterol de e para as células são Lipoproteínas de baixa densidade (LDL) e de alta densidade (HDL). O LDL é considerado o «mau» colesterol porque contribui para a formação de placas de ateroma nas artérias (aterosclerose), suscetíveis de induzirem «ataques» do coração e AVC. O HDL, ou «bom» colesterol ajuda a remover o LDL das artérias. Portanto, na dose ideal, ajuda a proteger o indivíduo destas mesmas situações clínicas. Ora os peixes gordos de águas profundas como salmão, truta, cavala, arenque e até a sardinha (hoje um condimento usado pela generalidade dos chefes de alta cozinha), são ótimos portadores de HDL (bem como doutras caraterísticas saudáveis). Alternando carne e peixes assim no seu regime pode lograr bons efeitos.
Difícil mesmo é convencer alguém a combater os efeitos deletérios dos maus regimes alimentares com roupagens jovens. Ora é possível, com técnicas práticas como o PNL, Programação Neurolinguística, programar a nossa mente para alcançarmos os objetivos que se desejam. Há por aí muito boa gente (a maior parte sem qualificações adequadas) capaz de ajudar neste sentido, os coach. No entanto, o médico graduado em Nutrição Clínica, tem a estrita obrigação de saber aplicar tais ferramentas da psicologia com o propósito de melhorar a relação do indivíduo com a sua dieta.

Outubro, 2014
Henrique Pinto

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

SIR NICHOLAS WINTON, “THE BRITISH SCHINDLER”, RECEIVES THE ORDER OF THE WHITE LION

Sir Nicholas Winton, former President and member of the Rotary Club of Maidenhead, flew to Prague to receive the Order of The White Lion, the Czech Republic’s highest honor.
Sir Nicholas, who is 105, received the honor from Czech President Milos Zeman at a special ceremony at Prague Castle on Tuesday, 28thOctober.
Winton, who has often been nicknamed “the British Schindler”, organized the transportation and settlement of 669 children over nine months before the Second World War broke out in September 1939. Most of those he saved were Jewish children living in then-German-occupied Czechoslovakia whose families were later imprisoned or murdered in concentration camps.
In his address to the gathering he said: “I want to thank you all for this enormous expression of thanks for something which happened to me a heck of a long time ago. I am delighted that so many of the children are still about and are here to thank me.
“England was the only country at that time willing to accept unaccompanied minors. I thank the British people for making room to accept them, and of course the enormous help given by so many of the Czechs who were at that time doing what they could to fight the Germans and to try to get the children out.”
In the same ceremony, the Order of the White Lion was also bestowed on Sir Winston Churchill, given in memoriam to his grandson Nicholas Soames. They are the only British citizens to receive the award, after Margaret Thatcher and the Queen. Presenting the award, the Czech President, Milos Zeman said: “It is a great pleasure to confer this award upon two great personalities of the UK. I am only ashamed it has been awarded so late – but better late than never. Congratulations Sir Winton. This is our highest honor; we cannot do one higher.”
The ceremony was attended by many of the people that Winton saved, as well as schoolchildren from the Basic School of Sir Nicholas Winton, named after him, in Kunzak, Czech Republic.
A Rotarian for more than 40 years, Sir Nicholas was last year inducted into the Rotarian Peace Hall of Fame at the Illinois Holocaust Museum and Education Center.
He has also been nominated by the Czech Republic for the Nobel Peace Prize and in 2007 won that country’s highest military honor.

Source: RIBI/ The Guardian
Courtesywww.eflashonline.org__.
Posted by: sunilkzach@yahoo.co.uk



domingo, 26 de outubro de 2014

O ALFAIATE DO PANAMÁ

Na minha primeira quarta-feira no CDC, Centers for Diseases Control and Prevention, dos Estados Unidos, o centro de investigação operacional em saúde mais famoso do mundo, o rosto contraiu-se-me, incrédulo, ao seguir corredores fora. Todo o pessoal da casa, do empregado da limpeza à diretora, usava a farda da Guarda Costeira. Pensava eu que trabalhava para o Departamento de Estado da Saúde, e era verdade. Mas o centro depende operativamente da Navy (que orgânica complicada!), talvez pela segurança extrema que uma tal organização requere. Não se fardando todos os dias, os colaboradores acordaram fazê-lo num único período de trabalho, sempre o mesmo.
Custa pois a crer ser verdade a notícia amplamente expandida de ter um funcionário qualificado do CDC dado uma informação, para mais via telefone, a permitir à enfermeira de Dallas, acometida pelo Ébola, viajar de ida e volta, em avião, antes de os sintomas se terem manifestado efusivamente. Ver para crer, diria São Tomé, e reitero-o eu aqui com veemência.
Todavia, mais difícil de imaginar é ouvir um primeiro ministro daqueles que nega hoje a evidência de amanhã, numa presença televisiva invejável (talvez pelo seu ar de star La Feria, pois ninguém a teve antes dele), acusar os jornalistas de vilipendiarem o seu orçamenteco com o argumento de ser promotor de aumento na carga fiscal, e dizer-se por isso «rodeado de aldrabões», quando a natureza do documento salta à vista. É gato escondido com o rabo de fora. Só que estas coisas nos Estados Unidos seriam publicamente imperdoáveis. E, que eu saiba, ninguém foi despedido no CDC.
Acontece é não estarem os americanos preparados para uma ameaça desta natureza. Muito embora, enquanto casos de uma doença viral de grande letalidade, sejam mesmo assim de fácil controlo, conquanto que previsto e organizado. Sabem o significado de ameaças singulares desde a queda das Twinn towers. O pânico é admissível. E se a indústria farmacêutica, em geral, não investe em investigação no campo viral, «isso é coisa lá para África», a posição aberrante da ministra da saúde finlandesa, a propósito do controlo aeroportuário, revela também esta arrogância pouco cosmopolita, na verdade o CDC conseguiu produzir os anticorpos tão necessários. Este resultado abre caminho à cura generalizada e à prevenção do Ébola através da vacina daqui decorrente. Obviamente, se não for Bill Gates, Marion Bunch ou outros que tais, levará anos a chegar a África. Mas isso é outra história.
A mesma informação que o tal primeiro ministro diz mentir, caiu em cima do diplomata mor, e creio que bem, pela mais que certa condenação capital de ijaidistas lusos se as suas declarações chegassem a algum lado. Afinal, só no resto da Europa estes regressos de supostos adoradores do radicalismo islâmico, já ultrapassam as três centenas, segundo dados das secretas dados a conhecer na imprensa. Fica-se sem saber, por agora, se são unidades virais de capacidade mortífera superior às do Ébola, ou meros convertidos a monges. Mas a pena capital não existe, felizmente, na legislação europeia. Não cabendo assim a qualquer diplomata menos vocacionado fazer uso dela numa entrevista radiofónica. Antes tivesse dado, tomando o exemplo de colegas seus, europeus e americanos, uma palavra laudatória ao World Polio Day, o dia que homenageia a saga por erradicar da terra uma doença pela segunda vez, mais difícil de controlar e de letalidade superior ao Ébola, cuja eliminação, esperada para 2018, representará uma das maiores vitórias da Humanidade. Há voluntários a trabalharem para isso na Síria, Iraque e Jordânia. Contudo, nem ele sabia e menos ainda o tal chamado de primeiro. Caso contrário poderiam ter lamentado esta ausência informativa nos noticiários europeus.
Faz mesmo lembrar O Alfaiate do Panamá!
Henrique Pinto

Outubro 2014 


WORLD POLIO DAY: HEALTH OFFICIALS LAUD POLIO ERADICATION ACHIEVEMENTS


After an year of shrinking polio cases worldwide, the crippling disease is now on the cusp of being eradicated, said top health officials at Rotary's second annual World Polio Day event on 24 October.
At a special Livestream program -- World Polio Day: Make History Today -- Rotary leaders joined global health experts and celebrity singers to hail the progress of the Global Polio Eradication Initiative. After nearly 30 years, the GPEI, which includes Rotary, the World Health Organization, UNICEF, U.S. Centers for Disease Control and Prevention, and the Bill & Melinda Gates Foundation, is on the brink of ending polio by 2018, making it the second infectious disease to be eradicated.
"A world without polio is within our grasp more than at any point in the past," said Tom Frieden, director of the CDC, during a video message to the audience. "The poliovirus continues to lose ground. Next month we will mark two years since the last case of wild poliovirus type 3, giving every appearance of eradication, and leaving only type 1 in the world."
The total number of global cases to date is 247, compared with 298 for the same period last year. Outside Pakistan, which saw its polio cases spike this year, the number of cases has been 35, a dramatic decrease from 187 a year ago. Pakistan accounts for 85 percent of global cases of polio this year, Frieden noted. Pakistan, along with Afghanistan and Nigeria, are three remaining polio endemic countries.
The GPEI is on the verge of a major polio achievement in Nigeria. The country has registered only six cases to date this year. "Nigeria is in excellent position to stop circulation of polio this year," said Frieden. "It has gotten 'this close' to eradicating polio by a remarkable turnaround of the program, implementing an emergency operations center, developing a proactive approach to eradication, finding innovative ways to reach children in insecure areas."
Frieden talked about how Nigeria's Polio Emergency Operations Center aided in the quick and effective response to the country's Ebola outbreak. Senior officials from the center were sent to Lagos to lead the effort. They opened an Ebola treatment unit and conducted contact tracing with up to 500 people per day.
"In spite of these efforts, polio activities did not suffer," said Frieden. "This is the legacy of polio eradication in action, and it saved lives by successfully stopping the outbreak."
Most of the polio cases in Afghanistan in 2014 are the result of reintroduction from Pakistan, said James Alexander, senior medical epidemiologist for the CDC. But the country has made significant progress the last two years because of the implementation of its emergency action plan, he said.
"To ensure progress in 2015, there needs to be engagement with new national leadership, intensified focus on 'missed' children, and continued dialogue with other countries," Alexander told attendees.
In March a key milestone was met when the World Health Organization certified its 11-country Southeast Asia region had eradicated polio. Now, 80 percent of the world's population live in areas that are certified polio-free.
Co-sponsored by Rotary and Sanofi Pasteur, the program took place before a live audience in Chicago and streamed online for viewers worldwide. Time magazine science and technology editor Jeffery Kluger moderated the event.
Olivier Charmeil, president and CEO of Sanofi Pasteur, the largest manufacturer of polio vaccine, said in a video address that this year's World Polio Day is significant "because we are beginning the last chapter on polio."
Led by Nepal, a group of 120 countries will introduce the inactivated polio vaccine in the next few months. Charmeil said IPV, an injectable polio vaccine, will be part of all routine immunization programs in every country around the world.
"I look forward to the day we can stand together, alongside Rotary and the other international partners, the day we declare the world polio free," Charmeil told the audience.
Rotary General Secretary John Hewko praised the work of the GPEI, calling the organization "perhaps the most ambitious and effective public-private partnership ever assembled." More than 2.5 billion children have been vaccinated since its launch.
The annual number of polio cases has fallen from 350,000 in 1988 to 416 in 2013, and 222 so far this year, a remarkable decrease of more than 99 percent. UNICEF estimates that 10 million people would have otherwise been infected, while 1.5 million lives have been saved.
Rotary has contributed more than $1.2 billion to polio eradication since taking on the disease in 1979. That amount got a significant boost earlier this week after Rotary announced it will provide an additional $44.7 million toward the polio fight.
"Once we wipe polio from the face of the planet, we will not only have ensured no child will ever again be paralyzed by this terrible disease, we will have set the stage for the next major global health initiative, whatever it may be," said Hewko.
With Sunzilach online




sábado, 25 de outubro de 2014

CHARLATANICE PERSISTENTE E LEGITIMADA

Portugal, a exemplo do século XIX, está hoje a ser tomado de assalto por tudo e todos quantos podem explorar exaustivamente as suas gentes. Durante anos os profissionais de saúde e as farmácias hostilizaram abertamente os medicamentos genéricos. Quando, finalmente, foi viabilizada a sua venda e produção, veio o desvario. Até as farmácias associadas passaram a fabricá-los, os laboratórios responsáveis pelo produto A vieram a comercializar também o seu genérico A, e tudo quanto foi produto de candonga, criado como se fosse para vender em África (é irónico mas verdadeiro), veio por aí dentro à socapa. A ponto de muitos dos defensores do produto genérico desconfiarem agora da eficácia terapêutica de boa parte deles.
De Leiria a Lisboa de carro, radio sintonizado, ouço dezenas de vezes publicidade insinuante a uma clínica inglesada de batismo insinuando o atrativo de uma «baleia» a já poder usar bikini ao fim duns tempos. Faz-me lembrar as promessas e o «sucesso» dum tal Tallon de há anos, a transformar por algum tempo em clones do Bradd Pitt ou do Ronaldo a maioria dos supergordos de meia idade, hoje a pulularem o nosso universo. Vi noutro dia uma doente jovem já sem menstruação, com hemorragias rectais e problemas de saúde mental, vinda dum célebre colega da linha do Estoril, de quem se diz ter um conluio com farmácias para lhe produzirem as misturinhas de diuréticos (a malta hoje também anda doida com os abjetos drenantes), ansiolíticos, hormonas (como nas vacarias), etc.
Há uma outra linha de dietas franchisadas, de empresa estrangeira, que já tem 32 clínicas em Portugal. As farmácias hodiernas têm estantes com mais «drenantes» que medicamentos autorizados pelo ministério da saúde, sobretudo depois de deixarem de ter os lucros milionários com a baixa do preço dos medicamentos e a mudança de campo do seu lobista mor, um guerreiro a enfrentar todos os governos.
Pois bem, vejam-se algumas frases dum testemunho que localizei na Internet, a propósito dum desses franchisados da dieta, invasores deste rincão à beira mar, a lembrarem aquele filme do Spielberg sobre os monstros de aço que emergem do solo em Ferry Street, a famosa artéria de Newark. 
Diz-nos a escriba: «a [refere-se a uma conhecida marca estrangeira] resolveu que eu estava uma lontra e vai de me oferecer um mimo: o programa de três meses da Dieta3passos»; «mediante as introduções semanais e graduais de alimentos na Dieta e estimular o metabolismo a esgotar as suas reservas de gordura»; «despedi-me da vidinha boa»; «como só havia fruta e batatas assadas e não posso comer nem uma coisa nem outra»; «devo ter um probleminha de intolerância à lactose»; «não é suposto fazer exercício para não ter que sentir fome a seguir»; «não posso comer fruta (por causa dos açucares)»; «não posso comer sopa»; «beber 1,5 litros de água com drenante»; «a ideia é perder 12 quilos em três meses».
Não é necessário ser vidente para lograr o resultado desta série de disparates contrários à medicina baseada em provas. Será o  retorno mais rápido ao estado de lontra que o tempo levado a perder a dúzia de quilitos citada.
Pior que tudo, num país sem emprego milhares de dietistas e nutricionistas jovens estão como agentes destas empresas, outros trabalham em ginásios, spas, farmácias, consultórios dentários, policlínicas, e por aí adiante, a reproduzirem estes clichés da fruta, da sopa, do queimar a gordura, dos drenantes e quejandos instrumentos, do «mau exercício», das intolerâncias à lactose (coisa rara) ou ao glúten (anda toda a gente a comer sem glúten como se a doença celíaca fosse coisa banal!) ou o adeus à «vidinha boa» para ingressar na dieta. Passam uma mensagem exatamente ao contrário do que aprenderam nas escolas superiores.
Tom Cruise, naquele Guerra dos Mundos, consegue derrotar os monstros à chegada a Boston, cidade do saber, quando (à semelhança do ocorrido na descoberta da América por portugueses e espanhóis), os índios nativos começaram a morrer por falta de anticorpos para as doenças dos descobridores (a começar pelo sarampo, agora já quase inofensivo graças à vacinação massiva). No nosso país, seguindo o padrão do crescimento mundial da obesidade vai acontecer, seguramente, o aparecimento de milhares de pessoas com sobrepeso, desesperadas por correrem todos os caminhos desta charlatanice invasora, a caírem no campo da depressão e do desespero, próprio de quem já não vê o sol por entre as nuvens.
A ocupação espanhola de Portugal ao tempo dos Filipes, no século XVI, foi absolutamente legítima (era herança direta, incontornável), fruto da incúria reinante e da péssima influência jesuíta. Mesmo assim as bravas gentes lusas organizadas rebelaram-se, inconformadas. Hoje será muito mais dolorosa qualquer rebeldia. A invasão é igualmente legítima (só que evitável), mas a mentira e a incompetência públicas e privadas são mais persistentes e legitimadas.
Outubro 2014
Henrique Pinto


sexta-feira, 24 de outubro de 2014

HONORING SALK AND SABIN BY FINISHING THE JOB OF ENDING POLIO

The following is an excerpt of an address given by Dr. John L. Sever, vice chair of Rotary’s International PolioPlus Committee, to the Innovations in Healthcare Symposium 23 October in New York. The symposium was held to honor Jonas Salk and Albert Sabin on World Polio Day and the 100th anniversary of Salk’s birth.

I had the pleasure of knowing both Dr. Salk and Dr. Sabin through our mutual participation at medical meetings, and when they would visit me at my offices and laboratories at the National Institutes of Health.
I remember in particular a medical meeting in Miami Beach, Florida, in the 1960s at which Dr. Sabin and I were both speakers. On the first morning of the meeting, my wife and I came down for breakfast. Dr. Sabin was sitting alone and invited us to join him. He was very excited because physicians in Cuba had reported that they had used the oral polio vaccine in a new way. They gave all of the children in Cuba the vaccine during just a few days, rather than at age specific intervals. They showed that with this approach, they not only protected the children from polio, but they succeeded in eradicated it from Cuba.

Global eradication
This was a wonderful finding and Dr. Sabin was delighted. He advocated it enthusiastically for what he called “The Rapid Elimination and Ultimate Global Eradication of Paralytic Poliomyelitis Caused By Polioviruses.”  It became the basis for the worldwide use of National Immunization Days.
It was Dr. Sabin’s oral polio vaccine used in National Immunization Days that empowered Rotary and our partners to immunize more than two-and-a-half billion children against polio — bringing the virus to the brink of eradication. And it will be Dr. Salk’s injectable, inactivated vaccine, used during the end-game phase of the campaign, that will enable us to slam the door shut once and for all on this terrible disease.
This is a fitting legacy for these two icons of modern medicine.

Beginnings of PolioPlus
Rotary’s involvement in polio eradication began in 1979, when RI’s president Clem Renouf learned that smallpox had just been eradicated and wondered if it might be appropriate for Rotary to use its new humanitarian grants program to take on a comparable goal. I was an active Rotarian and chief of the Infectious Diseases Branch, NINDS, at the National Institutes of Health, at the time, so Renouf asked for my opinion.
I recommended that Rotary establish a program to help immunize the children of the world against polio and eradicate the disease. With Rotary clubs in nearly every country in the world and a total membership then of about one million, I knew our members were well positioned to help public health authorities reach millions of children with the oral polio vaccine.
Since the launch of our PolioPlus program in 1985, in close collaboration with Dr. Sabin, progress against polio has been nothing short of tremendous. In 2013, there were fewer than 420 cases worldwide, a decrease of more than 99 percent. And the wild poliovirus is now endemic to only three countries: Afghanistan, Nigeria, and Pakistan.

Making history
With the goal so close, we continue to face challenges — armed violence against vaccinators, the rise of new threats such as Ebola, and donor fatigue, to name a few. But we face each of these challenges with the same determination and resiliency that has brought us this far. To our supporters, and especially donor governments, we say: We are truly on the verge of making history.
I am sure that Salk and Sabin would be immensely proud of where we are today: on the threshold of a polio-free world. Their combined genius gave us the tools to eliminate polio once and for all. Today, we owe it to them – and to the world’s children – to get the job done.
Dr. John Sever
Source: Rotary Voices





quinta-feira, 23 de outubro de 2014

CANADIAN PM, STEPHEN HARPER, RECEIVES THE ROTARY FOUNDATION POLIO ERADICATION CHAMPION AWARD

Wherever I could be for a visit or working, if it is an humanitarian action, professional or volunteer, in a great health corporation or in the field, I’ll meet a Canadian citizen. That’s why I feel that Stephen Harper, Canada Prime Minister, was an extraordinary choice for the most outstanding award about Polio Eradication
Prime Minister Stephen Harper today received the Rotary Foundation Polio Eradication Champion Award, for his longstanding support and continued leadership in efforts to eliminate polio around the world. The Prime Minister accepted the award at a ceremony hosted by the Canadian Rotary Foundation in Toronto.
The Polio Eradication Champion Award is the highest honor the Rotary Foundation presents to heads of state, health agency leaders and others who have made significant contributions to the global polio eradication effort. The Rotary Foundation is an international organization that helps fund humanitarian activities, from local service projects to global initiatives. It undertakes worldwide Rotary campaigns such as eradicating polio and promoting peace. Rotarians and friends of Rotary support the Foundation’s work through voluntary contributions.
The Government of Canada has been at the forefront of the fight against polio. Since 2006, Canada has disbursed significant funds to eradicate polio, namely through support to the Global Polio Eradication Initiative (GPEI), to which Canada is one of the top donors. At the Global Vaccine Summit in April 2013, Canada reconfirmed its commitment to polio eradication and pledged funds over six years to support the GPEI’s 2013-2018 Endgame Strategic Plan which sets out a roadmap to eradicate polio by 2018.  
 “I am honored to receive this prestigious award that recognizes the significant efforts and contributions that our Government continues to make towards eradicating polio. We will continue to work with our partners to help put an end to this devastating childhood disease which can be prevented with a simple vaccine”, said Prime Minister Stephen Harper.
October 2014
Henrique Pinto with Sunzilach




quarta-feira, 22 de outubro de 2014

HÁ DOENTES CRÓNICOS SEM ALGUÉM ESPECIALIZADO PARA OS OUVIR

Tenho constatado que existe um nicho substantivo de pessoas, portadoras de doença crónica – mais grave nuns casos do que noutros -, que, pura e simplesmente não têm a quem recorrer. Ou porque já bateram a todas as portas possíveis, referidos duma para outra mesmo pelos profissionais mais qualificados. Ou porque são resilientes no não cumprimento dos regimes terapêuticos, dietéticos ou de exercício físico. Ou então por via de poucos profissionais estarem dispostos a ouvi-las tanto tempo quanto necessitam, como fará um psicólogo normal, e depois levar outro tanto a procurar mostrar-lhes a importância do estilo de vida no processo terapêutico. E isto não se pode relegar para uma segunda consulta quando o doente/cliente paga ou tem de enfrentar longas esperas. Ou ainda, por último, nos casos em que a Nutrição Clínica é fundamental na estratégia terapêutica para o doente, o healer, a pessoa que trata (seja médico, nutricionista ou outro), ter o conhecimento e a capacidade para relacionar a clínica (patologia, sintomas e evolução) com a terapia nutricional.
Esta última situação passa-se tanto nas clínicas industrializadas (com os complementos e dietas em franchising, que coisa horrível!), como nas não industrializadas, onde por regra poderá não haver complementação da consulta médica por um nutricionista, psicólogo ou um coach. Portanto, uma boa primeira consulta feita por um profissional habilitado para desempenhar todos esses papéis, leva tempo, e não há muita disponibilidade no mercado. Orgulho-me de o Centro Hospitalar de São Francisco em Leiria, ter feito esta opção holística.
Outubro 2014

Henrique Pinto

domingo, 19 de outubro de 2014

O PESO NAS MULHERES DE MEIA IDADE

Que pena El Greco ter vivido a sua trajetória nómada noutra era! As figuras esquálidas e escorridas da sua pintura fazem ainda inveja a bastantes pessoas que se esforçam por serem elegantes. Mas lá se vão os corpos escorreitos e belos quando incham os joelhos, e ficam dolorosos a ponto de nem a roupa lhes poder roçar (não sendo necessariamente gota).
 O risco de osteoartrite (e eis a razão de me referir a tais dores, os joelhos da mulher de meia idade, por exemplo), têm mais a ver com o total de gordura que, propriamente, com a «perigosa» gordura visceral. A perda de peso bem acompanhada é assim um remédio quase milagroso. 
Mas ao obeso tudo acontece. Têm em regra uma concentração menor de sais biliares. E daí que a sua bílis esteja em risco constante de nela se formarem cálculos (as pedras como popularmente se designam.
A perda de peso rapidamente liberta o colesterol do tecido adiposo (a gordura), assim fomentando o aumento da quantidade deste composto que é excretada na bílis, minorando o sofrimento continuado.
Além do mais, as mulheres obesas são mais atreitas a perturbações menstruais, da fertilidade e do próprio parto.
Outubro 2014

Henrique Pinto

sábado, 18 de outubro de 2014

VÉNUS PERANTE O ESPELHO

Há palavras contundentes para identificar riscos evitáveis. Mas o que há a temer não são as palavras em si. O receio só deve ser vigoroso se esse alguém não encontrar um ombro amigo e poder ouvir falar de boas práticas. Coisa afinal tão fácil de ultrapassar. Há suficientes profissionais bem qualificados e de formação diversa habilitados para ministrarem, de forma eticamente superior, esse apoio tão necessário.
Como vimos num texto anterior, a principal causa de morte entre as pessoas obesas, é a doença cardíaca coronária. Sobretudo em pessoas jovens, a própria obesidade aparece às vezes associada a hipertensão e AVC.
A Tensão alta, os triglicerídeos do sangue elevados e o colesterol LDL alto (o chamado de mau colesterol), uns e outro formações lipídicas (gorduras), favorecem a formação de lesões ateromatosas nos vasos sanguíneos, precursoras de aterosclerose. E há ainda, entre os obesos, o risco acrescido de anormalidade dos fatores de coagulação. O que mais favorece a probabilidade de ocorrerem tromboses e enfarte do miocárdio.
Todos estes distúrbios melhoram substantivamente com terapêuticas de redução do peso. É uma afirmação forte e inquestionável. A mesma perda ponderal intencional de meio quilo a nove quilos (a que me referi noutro texto a propósito da diabetes), tem aqui a responsabilidade por minorar em 40 a 50 por cento as mortes possíveis relativas a cancros de afinidade com a obesidade (colon, reto e próstata, no homem, e endométrio, útero, cérvix, ovário e vesícula biliar na mulher).
Nem todas as senhoras podem rever-se com entusiasmo como Vénus ao espelho (de Rubens). O mesmo se podendo pôr em causa perante o ego narcisista. Mas todos, as senhoras e os cavalheiros, podem, estando informados do risco, habilitar-se a um programa terapêutico correto e a mudanças no estilo de vida.
Outubro 2014  

Henrique Pinto

OBESIDADE E POLÍTICAS ECONÓMICAS

Os principais fatores ambientais que predispõem para a obesidade, são: disponibilidade e promoção pela indústria, através de publicidade, de comidas gordurosas, com uma capacidade energética alta, em detrimento da fruta e vegetais, por exemplo; o uso e abuso do transporte motorizado em vez do andar a pé ou de bicicleta; e o indivíduo ficar a ver televisão quando poderia ter qualquer participação ativa em práticas de lazer.
Por isso é cada vez mais importante a disseminação através de contra publicidade, dentro dos princípios da ética, sobre as causas e consequências da obesidade. Os interesses comerciais na promoção de atitudes disparatadas para a perda de peso não são fáceis de ultrapassar.
Mudar o ambiente para fazê-lo menos propenso à obesidade está um tanto para além do poder dos cidadãos individualmente, por melhor informados que estejam. Essa mudança requere, necessariamente, a ação dos governos. É um imperativo de saúde pública e deveria importar, transversalmente, à missão de vários ministérios.
No entanto, o dizer-se que tal implica «gastar o dinheiro dos nossos impostos», como acontece nalguns países com maior duração recente de políticas liberais, é uma pedantice ignorante. O triste exemplo da ministra da saúde da Finlândia, a propósito do Ébola, é bem ilustrativo dessa arrogância de novo rico. As fugas à realidade do terreno, assentes nas políticas de austeridade, também consideram despicienda a saúde pública. À semelhança de Lenine, que quis implantar um regime supostamente igualitário num país miserável e de grandes distorções, há os que estimulam os enormes desequilíbrios em países igualmente pobres, em nome das políticas económicas liberais.
Espero que não venha alguém do ramo a questionar «o que é que a política económica tem a ver com a obesidade?». Tem tudo.
Henrique Pinto

Outubro 2014

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

FEIOS, GORDOS E RIDÍCULOS

A descriminação em relação aos gordos é um fator histórico e conjuntural. Todavia, ao invés do que aprendi enquanto estudante de medicina, a obesidade é agora tida não como puro desleixo mas eminentemente como um fenómeno inflamatório – mediado exatamente pelos mesmos fatores químicos da inflamação já conhecida -, embora sem a tríade de sinais rubor, calor e dor.
E mais, há uma certa dependência do organismo em relação ao seu estado de gordo. A obesidade, mais do que causada por um regime alimentar com uma elevada carga energética, uma verdade indiscutível, é-o sobremaneira pelo hábito de ingestão de comida com um conteúdo errado em macronutrientes. Bastará então aprender a comer bem para emagrecer? É importante, sim, mas não suficiente. Porquanto é por igual relevante a vontade de mudar, o adquirir um novo estilo de vida, na convicção que o retorno ao regime anteriormente praticado conduzirá inexoravelmente ao ganho do peso entretanto perdido. Ora essa mudança não toca só a pessoa gorda em si mesma mas também a sua envolvência.
Imagine-se aquele padrão muito clássico de má educação – verificável transversalmente -, em que este ou aquele sujeito próximo não abdica da piada ou do ridicularizar e diminuir quem tem peso a mais. Isto é um exemplo de ambiente como o são os hábitos de convivência, o jantar fora por sistema, tarde, à pressa, vendo televisão ou a ler o jornal, abusar dos snacks todo o santo dia, deixar-se ir na publicidade, na moda, nas propostas fáceis e rápidas de cura, e por aí adiante. Ora a obesidade é o resultado da interação entre um indivíduo que tem algumas caraterísticas favorecedoras da suscetibilidade para a obesidade, e o ambiente, por sua vez indutor de suscetibilidade para produzir obesidade.  
Outubro 2014

Henrique Pinto

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

O ÉBOLA É TAL E QUAL COMO MUITA GENTE

Há pessoas que viram a casaca frequentemente ao longo da vida. Algumas, até, fazem-no várias vezes ao dia.
Os vírus também são assim. Evocam-nos o mimetismo da fala, das ideias, como o dos efeitos letais, de certas figuras de suposta responsabilidade social.
Podem ser (ou parecer) inofensivos. Mas se por qualquer razão química ou ambiental mudam a sua camada de genes exterior, podem adquirir uma capacidade mortífera suscetível de descontrolo de escala planetária. E o contrário também é verdade.
Acontece assim, seja o vírus da gripe (todos os anos), do sarampo ou do Ébola.
Razão porque se pode dizer sem errar, bastantes pessoas, técnicos e intelectuais, um pouco por todo o mundo, ao reagirem contra a vacina para a gripe A (era imperioso os países estarem preparados para o comportamento viral tipo catavento), prestaram um mau serviço à Humanidade. Esta beneficiou, felizmente, do turn over na virulência.

Sei que Francisco George conhece tudo isto como poucos dirigentes no mundo. Sei que o ministro Paulo Macedo se informou substantivamente com ele antes de poder intervir amanhã na Assembleia de Ministros da Saúde na Organização Mundial de Saúde, em Genebra.
Assisti a alguns destes eventos durante mais duma década. Conheci muitos homólogos do nosso diretor geral da saúde. Sei do que falo.
Provavelmente amanhã haverá um olhar mais fino sobre o controlo do Ébola. E pode mesmo ter um raio de luz português.
Já tivemos alguma influência na política de controlo aeroportuário. Mesmo se os dirigentes locais e institucionais se esquecem de informar o seu pessoal. Mesmo se parte deste por vezes nem esconde a sua ignorância e incomoda quem sabe!
Mas, a uma escala mais ampla, não basta evitar que o vírus galgue fronteiras. É premente o auxílio organizado do mundo possidente (e não me refiro apenas aos governos, falo sobretudo das corporações da indústria, do mecenato financeiro, etc.), no plano técnico e no financeiro. Importa estabelecer medidas de contenção no interior da Guiné Conakri, da Libéria e da Nigéria. É de relevar, particularmente, o empenho na investigação científica, a nível público (claro!), mas particularmente na indústria. Ninguém investe em vacinas ou retrovirais!

Outubro 2014
Henrique Pinto