domingo, 30 de maio de 2010

EUROPA GALANTE

Não gosto de montras nem de confessionários públicos. Vou escrevendo ideias e pontos de vista que entendo susceptíveis de terem interesse público.
O Concerto da Orquestra Europa Galante, Portugal teve agora o ensejo de os voltar a apreciar, é um must de execução e direcção da música barroca. Fabio Biondi, musicalmente conhecido de há décadas, é o inspirador lúcido, criativo, singular.
Também Pedro Carneiro é daquelas personalidades míticas, enche a alma conhecê-lo, fruir a sua amizade. Apreciar o trabalho com a sua/nossa Orquestra de Câmara Portuguesa é bálsamo e tonificante para espírito e corpo.
Ter a abrir o Festival Música em Leiria (28 edições anuais consecutivas) estes dois grupos e personalidades é um privilégio, a que, porventura, só os antigos deuses gregos lograriam chegar. Talvez Miguel Sobral Cid, director artístico, seja um desses deuses vivos. Em qualquer caso veneramo-lo.
Poucas horas depois de me despedir de Pedro Carneiro rumei a Vila Real, em Trás os Montes, a tempo da Abertura do segundo dos três dias da 27ª Conferência do Distrito 1970 de Rotary International. Que há de melhor que os amigos? Foi bom rever muitos deles. Óptimo mesmo foi encontrar um muito especial, de longa data, Luís Vicente Giay. Interromperam-nos para lhe apresentarem um argentino, afinal venezuelano, e ficámos
muito tristes com a boçal indelicadeza. Impressionou-me muito positivamente o trabalho dos jovens do Rotaract. E gostei imenso de ouvir uma vez mais o Embaixador Anacoreta Correia com a sua vasta experiência. Quando o conhecimento é mais que sabedoria, saudável e fértil e vem de fora da organização ou do serviço, devemos entender a lição a dobrar. É uma bênção.
Afinal, na minha vida profissional e cívica sempre privilegiei a colaboração dos jovens – os estagiários e trabalhadores jovens de qualquer nível ensinaram-me muito e abriram sempre os meus horizontes -, e das pessoas mais conhecedoras e com experiência de grande valia. Consegui-o sem
nunca ter posto alguém de lado, mesmo se um fardo, no grande respeito pela pessoa humana, com virtudes e defeitos. Logrei-o também nunca desistindo de qualquer empenho, levando os barcos até ao porto. Quem sabe se a persistência de minha mãe, inquebrável, e o marinheiro experiente que foi meu pai, tão saudosos, me não acompanham ainda, sempre sorrindo, sempre alentando.
Voltei para o Estoril ainda a tempo de Jantar, preparado para a entrevista da Televisão, o Jantar com uma delegação de Rotários belga, o acabar a apresentação para a Convenção no Canadá onde voltarei a estar com Deepa Willinghan que conheci em Inglaterra, rever uma página para o Jornal de Leiria, como Advogado do Diabo, e olhar o mar. Segunda-feira é outro dia.
Henrique Pinto
Maio 2010
FOTOS: Fabio Biondi; disco de Europa Galante e Fábio Biondi, seu fundador e director; maestro Pedro Carneiro, aqui como percussionista; 27ª Conferência do Distrito 1970, Henrique Maria e Luís Giay; Orquestra Europa Galante; Manuel João e Rute Madureira Pires, Beatriz e Waldemar de Sá, Maria Antónia e marido e demais amigos da minha mesa, no jantar com Ray Klingensmith; Embaixador Anacoreta Correia entre amigos; Deepa Willingham; Daniela, Biondi e Gonçalo Lopes, vice-presidente da Câmara Municipal de Leiria; Vivaldi

LITERACY INITIATIVES AWARENESS IN MONTREAL


This week let’s be sure to remind all of our clubs and districts about the major literacy events at the RI Convention in Montreal. Encourage all districts to form teams whose members will collectively listen to all presentations, visit all literacy booths and share what they learned with the clubs in their district upon their return from the RI Conventions.
Here is a brief description of the literacy learning opportunities those teams will find at the Institute and the Convention:

A. International Institute –DISCUSSION GROUP ON LITERACY – 15:45 TO 17:00, On Friday 18 June at the Fairmont Queen Elizabeth
Presentations will be made by RID Antonio Hallage (Brazil), Extension of Rotary Committee member Jennifer Scott (Australia), RI Representative to the United Nations Anton Hilscher (Austria) and DGE Deepa Willingham, founder of the Piyali Learning Center for impoverished girls outside Calcutta. I will introduce that session with a short overview of the accomplishments of the RILRG and the relevance of the RILRG experiment to club and district literacy project planning in the future.

B. International Convention – SUITE OF LITERACY BOOTHS IN THE HOUSE OF
FRIENDSHIP
We will have the best ever collection of literacy project booths together in a very impressive “suite.” Thanks to Roger Hayward, Jesse Allerton and the RI House of Friendship staff for making that happen. The booths in the suite will be: THE RILRG FLAGSHIP BOOTH, Souns for Literacy, Andy and Elmer Four Way Test Book, CALS, Rotarian Books for the World, Teach Your Children Well, The Dictionary Project, The BrainWise Program, Guatemala Literacy Project, Dictionary 4 Life, Gift of Literacy, Adopt-a-School, and CLE in the Philippines. That is an eye-opening collection of literacy project opportunities which won’t be duplicated anywhere else in the world at least until the next RI Convention in New Orleans.
C. International Convention – LITERACY BREAKOUT SESSION – 13:45 to 15:15 on
Monday 21 June at the Palais de Congres – Topic: TWO KEY INITIATIVES TO  DEAL WITH LOW LITERACY LEVELS.
Roger Hayward will be the moderator. The two key initiatives to be discussed are CALS (Computer-Assisted Literacy Solution) and CLE (Concentrated Language Encounter). Past RILRG consultant Vince Walter will make the presentation about CALS. Current RILRG Area Coordinator for Asia, Saowalak Rattanvich will make the presentation about CLE. These are two of the special emphases promoted by the RILRG for the past five years. Let us hope that a large number of our districts show up to learn more about them…… and then go home to start CLE and CALS projects of their own.
D. International Convention – LITERACY BREAKOUT SESSION – 15:45 TO 17:15 On Tuesday 22 June at the Palais de Congres – Topic: ROTARY LITERACY PROJECTS AROUND THE WORLD: BEST PRACTICES
I will be the moderator. We will have presentations by five of our present or past zone coordinators, each reporting on best practices in their zones. Presenters in order of appearance will be: Helene Kalfuss (U.S.A. and Africa), Lina Aurelio (India and the Philippines), Andre Marty (France – presented by PDG Bernard Attard), Joan Hayward (Canada) and Chico Schlabitz (Brazil).
Chico’s presentation ends with a dramatic proposal to eradicate illiteracy in Brazil. Andre’s presentation is a beacon of light for the rest of Europe. Helene and Joan will both make Rotarians from all over the world aware of how much more their clubs could be doing with literacy. And Lina’s presentation is a real “eye opener” for anyone not familiar with the impressive literacy projects taking place in India and the Philippines. Taken as a whole this group of presentations will impress all with what Rotary is already being done and what can be done by others in the next few years.
Make your district contacts aware of these opportunities and encourage them to take the appropriate actions!
Richard Hattwick
May 2010
PHOTOS: In front of my eye, Paul Harris, my father, family fine arts, prizes...; Kathy Feigley, Deepa Willingham - Piyali Learning Center Leader -, and Mary Jane Salvato, discussing Poverty and Deepa organization role over this problem; Roger Howard; Richard Hattwick; Chico Schlabitz (Brazil); Helen Kalfuss and Eleanor Corkle (Noon Club); Literacy icon; an  Library.

SALAZAR RODEADO DE GAYS

«Nunca se tinha escrito sobre a forma como o Estado Novo lidou com gays e lésbicas. Escreveu-se agora. É essa a originalidade do livro Homossexuais no Estado Novo, da jornalista do Público São José Almeida.
Mas há mais: pela primeira vez apresentam-se testemunhos que confirmam a homo ou a bissexualidade de diversas personalidades da vida pública portuguesa daquela época.
Artistas: Eugénio de Andrade; Jorge de Sena; Pedro Homem de Mello; Natália Correia; Maluda. E gente do regime: António Ferro; Leitão de Barros; Pedro Feytor Pinto, entre outros.
«Salazar sempre viveu rodeado de gays», afirma um dos entrevistados de São José Almeida, o escritor Fernando Dacosta. Uma metáfora para o que de facto se passou entre 1926 e 1974: o Estado Novo tolerou a homossexualidade porque a desprezava profundamente.
Em conversa com a Time Out, a autora diz que não teve por objectivo produzir uma «listagem acrítica e aleatória» de nomes.
(…) Há duas ideias fortes. Primeira, o Estado Novo foi mais tolerante com os homossexuais do que à partida se imaginaria. A PIDE, por exemplo, nunca usou a sexualidade como arma política contra os opositores do regime. Segunda ideia: as lésbicas tiveram uma invisibilidade social muito maior do que os homossexuais masculinos». (…)

In Time Out Lisboa
Maio 2010
FOTOS: A Trilogia de Salazar, no livro de São José Almeida «Homossexuais no Estado Novo»; Maluda, autoretrato da pintora; o poeta Eugéneo de Andrade; o político António Ferro; foto de grupo da entrega de Prémios ILGA 2009 com Isabel Moreira, constitucionalista, Ricardo Araújo Pereira, humorista, Miguel Vale de Almeida, antropologista, e a jornalista do Público, São José de Almeida, autora do livro em apreço.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

OS QUATRO TECTOS

Sai Baba, homem santo da Índia, diz que há quatro tetos na vida, quatro coisas cujo consumo devemos limitar pois podem acabar, são finitas e portanto não devemos desperdiçar: tempo, dinheiro, alimento e energia.
Seu tempo é o que você é. Sua energia é o que você faz. Seu alimento, seu dinheiro, é o que você tem.
Tempo é um artigo do qual todas as pessoas compartilham exactamente na mesma proporção: todo mundo só tem 24 horas por dia à sua disposição. O tempo desperdiçado não se recupera jamais, está perdido para sempre.
A maioria das pessoas desperdiça muito tempo em actividades fúteis e sem significado que as distraem de seguirem o caminho do crescimento, como por exemplo, assistindo filmes pouco edificantes, lendo romances de baixa categoria. A tagarelice, mexericos, desperdiça tempo e energia. Igualmente, hábitos dispendiosos como o jogo, apostas, bebidas e outras actividades desperdiçam tempo, dinheiro e energia.
Emoções negativas como ódio, raiva, cobiça, ressentimento, inveja ou ciúme, consomem vastas quantidades de energias que poderiam ser mais proveitosamente usadas de modo positivo.
Muitas pessoas, homens e mulheres, têm armários abarrotados de roupas que não usam mais, prateleiras cheias de livros lidos e empoeirados que só ocupam lugar e poderiam ser úteis a tantas pessoas. Gastamos muito dinheiro com coisas supérfluas e sem necessidade, quando poderíamos economizar um pouco para ajudar os pobres e desassistidos, aliviar o sofrimento dos enfermos, melhorar as condições de vida dos deficientes, recuperar drogados, dar alegria aos idosos, cuidar das crianças para que tenham um futuro melhor.
Há desperdícios demais no mundo. Enquanto pessoas passam fome em países pobres, nos países ricos se esbanja.
Será que estamos desperdiçando nosso tempo em actividades pouco edificantes?
Será que estamos desperdiçando nosso dinheiro com coisas supérfluas e desnecessárias?
Será que estamos desperdiçando nosso alimento, deixando estragar e jogando fora o que poderia alimentar o próximo?
Será que estamos desperdiçando nossa energia, com banalidades que nos consomem e desgastam que só nos trazem inutilidades, baixos valores como vaidade, orgulho, preconceito?
Sai Baba disse que todo desperdício é como derramar água numa peneira. A água valiosa se perde por ser dispersada em todas as direcções, em vez de canalizada para uma causa específica.
Você precisa acabar com o hábito corriqueiro de arranjar incontáveis desculpas para o fato de ter muito pouco tempo e energia para o trabalho voluntário.
Se você estabelecer um teto, um limite aos desejos de seu EGO superficial e mundano, a poupança daí resultante pode ser usada para ajudar aos menos favorecidos. Com directrizes claramente definidas e um programa certo, é possível reduzir os desperdícios, aplicando o dinheiro, a comida, o tempo e a energia assim economizados na ajuda às pessoas necessitadas.
Alberto Bittencourt
(Brasil)
Maio 2010
Com a Colaboração de Cidinha (Brasil)

FOTOS:o gurú indiano Sathya Sai Virat BabaAlberto Bittencourt; St. Gallen Library; rede éolica em São Paulo; o Big Ben, em Londres, como símbolo do tempo; dinheiro «desperdiçado com coisas supérfluas».

domingo, 23 de maio de 2010

À ESPERA DO SORTILÉGIO

A inveja é tão mobilizadora do ponto de vista histórico, político e social como a mentira e a calúnia, a volúpia ou o sexo de régia alcova. Cada qual tem ao seu dispor uma multidão invulgar de servidores e e um arsenal de alfaias. E cada vez mais nos aturdem sob formas diáfanas, subtis, tantas vezes
melífluas, sedutoras. Têm defensores onde nem se imagina. Não penseis lobrigá-los somente ungindo incautos, vaidosos compulsivos, incompetentes, cobardes, arrogantes, corruptos e outros malfeitores. Estão por todo o lado. Nenhuma organização empresarial, política, social ou de serviço se pode ufanar de se ver livre de clientes tais. É sempre uma questão melindrosa de lidar. A tal ponto
que se alguém ousa sobrelevar a voz e dizer eu fiz ou quero fazer logo lhe chamam ladrão ou
doido, surgem grafitti, boatos mortíferos e dichotes soezes como «vai trabalhar», «são todos iguais», «olha mais um», «querem é tacho»! ou, melhor que nada, «ainda há desses»?
D. Sebastião, discípulo de Jesuítas, imbuído do espírito de dominação, poder e conquista, arrastou para a penúria a lusa nobreza e o país.
Nos meados do século XVIII, dos galeões chegados do Brasil, o ouro tinha transvaze directo para navios ingleses no Cais da Ribeira, em paga de tudo o que por aqui se consumia. Em Lisboa havia mais monges mendicantes que na Europa inteira.
Em 1975 os negociadores portugueses que namoraram o Banco Mundial tiveram de se entender com Manuel Espírito Santo, braço direito de Rockfeller. Fora expulso daqui no contexto político de então, o banco era o seu «reino», com prisão e bens confiscados, como se fora um facínora.
Em 1984 o FMI impôs-nos restrições tão graves como as que temos pela frente.
Agora a loura Maya, vidente e cartomante, «desapareceu» dos ecrãs televisivos, porventura desalojada por economistas de toda a têmpera. Chovem vaticínios venais, tão deprimentes como as cinzas da economia islandesa a espalharem-se sobre a Europa.
Tudo isto conflui no acentuar do sentido atávico de pequenez, no avivar desses pecados veniais da nossa impulsão à espera do sortilégio, a que nenhum guru da auto-ajuda logra alcandorar-se.
Claro, o sol tem influência. O dinheiro já se viu não ter tanta assim, o futebol e as rezas (as de falsas promessas, compradoras de favores térreos e protecção sem fim, não as de respeito e convicção!), e o tempo de cronos, também não.
Literacia e competências talvez sejam ainda as premissas mais fundadas de emancipação e esperança.
A comunhão Europeia de Jean Monnet, purgadora de demónios no contextualizar da memória histórica, só ganhará com isso.
Sentimento tão nobre como «o pequeno é belo» provém das emoções mais fortes.
Henrique Pinto
Maio 2010

FOTOS: Jean Monnet, obreiro da Europa, in Revista Time; o banqueiro Manuel Ricardo Espírito Santo, entre o filho e o patriarca, 1971, in Manuel Ribeiro Espírito Santo Silva, fotobiografia, 1908-1973 ; um dos muitos retratos do Rei D. Sebastião; Mannenken Pis, ícone de Bruxelas, a capital da Europa; Maya, vidente e cartomante, «substituída» como fazedora de previsões, in FHM; Caravela portuguesa.

sábado, 22 de maio de 2010

OPUS ENSEMBLE NA CRISTA DA ONDA

O compositor Jorge Costa Pinto fez agora uma valiosa dádiva de criatividade ao Opus Ensemble. A obra Bi-Tone Scherzo é especialmente dedicada ao agrupamento e a cada um dos seus integrantes: Pedro Ribeiro (oboé), Ana Bela Chaves (violeta), Olga Prats (piano) e Alejandro Erlich Oliva (contrabaixo).

Também a Sociedade Portuguesa de Autores (SPA) atribuiu ao Opus Ensemble o Prémio Pró-Autor/2010, em reconhecimento da persistente acção de divulgação da música de matriz autoral portuguesa, dentro e fora de fronteiras, em trinta anos de carreira.
A cerimónia de entrega de tal prémio fez-se em 21 de Maio, Dia do Autor Português, na sede da SPA.
Desde sempre com boa opinião na crítica especializada, o Opus Ensemble é o mais antigo e galardoado conjunto de câmara português.
Já actuou em múltiplas ocasiões em Leiria e particularmente em Música em Leiria (festival), que criei há 28 anos.
Fundado em Agosto de 1980 por Bruno Pizzamiglio (falecido em 1997), Ana Bela Chaves (que eu tantas vezes vi em Paris na bela sala da rua Faubourg de St. Honoré, com Daniel Baremboim), Olga Prats (há quase quarenta anos que a ouvi pela primeira vez na Academia de Amadores de Música, em Lisboa, com Fernando Lopes-Graça e Francine Benoit) e Alejandro Erlich-Oliva (meu amigo de sempre), o Opus Ensemble
obteve o Prémio da Crítica (1982 e 1984), o Sete de Ouro (1983), o Troféu Nova Gente (1983, 1986 e 1987), o Grande Prémio do Disco Rádio Renascença (1988), o Prémio Bordalo – Casa da Imprensa (1993), o Diploma de Mérito Nova Gente (1994), e encetou uma carreira internacional com actuações
em Portugal continental e arquipélagos de Madeira e Açores, França, Espanha, Bélgica, Inglaterra, Luxemburgo, Polónia, Cabo Verde, China, Japão, Coreia do Sul, Tailândia, Estados Unidos da América, Brasil, Argentina e Uruguai.

Dedicaram-lhe obras os compositores Fernando Lopes Graça, Joly Braga Santos, Fernando Corrêa de Oliveira, João Pedro Oliveira, Jorge Peixinho, Constança Capdeville, António Pinho Vargas, António Victorino d’Almeida e Laurent Filipe (Portugal), Ramón Barce e José Luis Turina (Espanha),
José Luis Castiñeira de Dios, Gerardo Gandini, Celina Kohan, Alejandro Erlich Oliva, Gustavo Beytelmann e Astor Piazzolla (Argentina), Egberto Gismonti (Brasil), Maurice Ohana e Edith Canat de Chizy (França), Guido Donati (Itália) e Vasco Martins (Cabo Verde).
Depois do passamento de Bruno Pizzamiglio os colegas do Opus Ensemble decidiram continuar a carreira em trio de violeta, contrabaixo e piano. Nesta nova configuração, o Opus Ensemble recebeu obras dedicadas por António Victorino d’Almeida, Laurent Filipe, Sérgio Azevedo, Clotilde Rosa e Eurico Carrapatoso (Portugal), Gerard Massias (França), Alejandro Erlich Oliva e Fernando Altube (Argentina).
Em Agosto de 2005, o Opus Ensemble foi distinguido pelo Ministério da Cultura com a Medalha de Mérito Cultural e reassumiu a sua formação instrumental de origem, com a incorporação permanente do oboísta português Pedro Ribeiro (presidi ao júri do seu ingresso na Orquestra Filarmonia Portuguesa, de que
sou fundador, e rejubilei quando o vi primeira figura da Orquestra Gulbenkian).
O Opus Ensemble inclui música de compositores portugueses em todos os seus concertos.
Parabéns.
Henrique Pinto
Maio 2010
FOTOS: Opus Ensemble; Egberto Gismonti; Jorge Costa Pinto; Jorge Peixinho; Astor Piazzolla; Daniel Baremboim; Fernando Lopes-Graça; Eurico Carrapatoso; Constança Capdeville; Opus Ensemble em ensaio.

JOVENS TALENTOS, EXEMPLO, EXCELÊNCIA E MÉRITO

Uma récita em que todos os alunos se mostram perante a família e os amigos é algo de muito importante. Deixa satisfeitos uns e outros. É compensador.
Mas uma prova – direi até uma maratona, pois são muitos os possíveis – onde professor a professor põem a concurso os alunos que mais se esforçaram, os que melhor conseguiram, os dotados dum talento superior, o trabalho dum ano, portas abertas e júris de inegável qualificação, é seguramente de maior significado, tem outro valor. É estimulante.
O Concurso Jovens Talentos é uma tradição no ensino da música e da dança no Orfeão de Leiria Conservatório de Artes (OL CA). É uma postura de motivação.
Nem todos os alunos serão amanhã instrumentistas ou cantores de se lhes tirar o chapéu. Mas muitos sê-lo-ão.
A arte dota todas pessoas duma sensibilidade estética e social diferente, dons cognitivos mais desenvolvidos, uma outra capacidade para olharem o mundo, as suas gentes e os componentes sociais, na plenitude de direitos e deveres. Este é um ganho incontornável, e tanto mais se pleno de estímulos positivos, de motivação.
Os prémios não são de vulto. Todos recebem cartões de livre acesso, com as famílias, aos concertos e recitais do Festival Música em Leiria. O mais premiado de todos, Prémio Rui Barral, tem direito a gravar para a RDP Antena 2.
Também o Festival Música em Leiria do OL CA tem um acordo com a RDP Antena 2 sobre o seu Concurso Jovens Talentos. Os concorrentes de eleição têm por prémio exibirem-se neste Festival, ombreando com os intérpretes portugueses e estrangeiros mais distintos. É uma parceria magnífica.

Dado que nenhum concerto é desgarrado e a coerência interna do Festival tem ela própria uma significância exclusiva, excelência e mérito individuais ganham outro peso num universo mais lato da qualidade. A mobilização interna de cada um supera-se. É a coerência e o valor do exemplo.
Qual é afinal o significado desta política educativa e cultural? No nosso país o exemplo e o mérito são, em regra, subvalorizados, qualquer que seja o ramo de actividade. E embora tenhamos também dos trabalhadores mais diligentes e artistas, pessoas de ciência e intelectuais de soberbo calibre, não raro têm de emigrar para não soçobrarem. É geralmente no estrangeiro que recebem a devida consagração.
Um país, uma instituição, uma empresa, têm de privilegiar o valor do exemplo e a excelência do trabalho e enaltecer e divulgar os que lograram um patamar considerável de qualidades e de esforço. Exemplo, excelência e mérito a qualquer nível num país são créditos tão seguros quanto a saturação financeira da Banca e das empresas.
São muitos os distinguidos no OL CA ao longo do tempo, desde Pedro Carneiro a Gabriela Canavilhas, actual ministra da cultura. O senhor ministro da Educação, então o Dr. Augusto Santos Silva, já presidiu à cerimónia dos premiados no OL CA.
No ano passado o Prémio Rui Barral foi para André Almeida Ferreira, na guitarra, e igualmente recebedor duma Menção Honrosa no piano. Já este ano ele ganhou os honrosos prémios Russel, em Espanha, com concorrentes do mundo.
Agora o prémio Rui Barral foi para Tomás Rosa no vibrafone.
A Escola do OLCA tem 4300 alunos e 150 professores. Estão todos de parabéns. Neuza Bettencourt e Mário Teixeira, directores pedagógicos, e todos os colaboradores, têm razões para se sentirem muito orgulhosos.
Henrique Pinto
Maio 2010
FOTOS: Neuza Betencourt, antiga aluna do OLCA, hoje directora pedagógica; Bárbara Bento, distinguida, aluna de flauta transversal do professor João Pedro Fonseca; Ivana Dimitrijvic, inglesa de ascendente sérvio, professora de violino; folheto de divulgação do Concurso Jovens Talentos; Sofia Rocha, subdirectora pedagógica a partir de Junho próximo; José Mesquita Lopes, professor de guitarra; Ana Maria Ferreira Lopes, distinguida, aluna de canto da professora Susana Teixeira; João Pedro Fonseca, professor de flauta transversal; Tomás Rosa, distinguido com Prémio Rui Barral, aluno de vibrafone do professor Manuel Campos; cartaz do Programa Câmara Clara do canal 2 da RTP.