terça-feira, 18 de maio de 2010

UMA OBRA DE INVULGAR IMPACTO

Ano após ano, o Festival Música em Leiria tem apostado numa programação que pretende alcançar algo mais do que a mera fruição musical que cada um dos concertos proporciona.
Ainda que, por si só, cada espectáculo reúna suficiente interesse para justificar a sua fruição isolada, a própria construção deste conjunto de espectáculos, o encadeamento dos concertos que constituem o Festival, comporta em si mesmo um estímulo complementar às sensações imediatas que a audição musical provoca, promovendo a reflexão, a livre associação de ideias e/ou, no limite, apenas o constatar de que a música não necessita de enquadramento particular para ser entendida.
É neste sentido que em cada edição do Festival tenho concebido uma programação que assenta fundamentalmente em critérios de qualidade, mas também norteada por ideias que, de forma mais ou menos evidente, dão expressão àquilo que num determinado instante entendo conveniente evidenciar, muitas vezes enquanto comentário subtil do momento em que vivemos.
A presente edição deita mão da ideia dos opostos, sublinha contrastes, concilia o que à partida se nos apresenta inconciliável. Questiona verdades, as nossas e as dos outros. Propõe uma leitura da música e da sua linguagem liberta do imenso peso da história, ou do peso que lhe imprimem quando se servem dela para justificar supostas verdades. Enfim, lança pistas para diferentes perspectivas de um mesmo princípio, que se pretende infinitamente criador.
Miguel Sobral Cid
(Director Artístico)
Maio 2010
FOTOS: Logotipo do Festival Música em Leiria 2010; João Eliseu, presidente da Assembleia Geral do Orfeão de Leiria Conservatório de Artes (OL CA), António Lucas, presidente da Câmara Municipal da Batalha, Henrique Pinto, presidente da direcção do OLCA, entidade promotora do Festival Música em Leiria, e Miguel Sobral Cid, director artístico na conferência de imprensa de apresentação da edição 2010, no Restaurante Tromba Rija; António Lucas e Henrique Pinto;
Risto Nieminen, director do serviço de música da Fundação Calouste Gulbenkian; David Gomes, Banco BPI, Miguel Sobral Cid, Artur Pizzarro, pianista, e Henrique Pinto,  no Teatro Municipal de Leiria aquando da edição 2009 (Fotos Sergio Claro)

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