sexta-feira, 30 de abril de 2010

BONS ARES EM BUENOS AIRES

Voltar a Buenos Aires, a bela capital da Argentina, é sempre um prazer renovado. É isto que sinto após uma temporada, nesses últimos dez dias, praquelas bandas, junto com minha família. Um passeio a cinco e reunindo a tropa, quase toda. A familia que viaja unida, permanece unida!
Cada vez que ando por lá me convenço que não é à toa que o portenho se orgulha de dizer que vive na Paris da América do Sul. Não tem uma Torre Eiffel, é verdade. Mas, tem o emblemático Obelisco, no coração da cidade, diante do qual todo mundo para e posa para uma foto. Vide a do meu filho José Antonio, ao lado.
Realmente, o clima reinante, a dinâmica da vida bonaerense, a arquitetura da cidade, os cafés e bares, a sofisticação dos bons restaurantes, as vitrines, o metrô, os parques e avenidas, o formato do comércio e, enfim, o jeitão orgulhoso e garboso do povo, lembra em tudo a Paris que conheci há mais de trinta aninhos. Sim, porque a paisagem parisiense que vi, nos últimos anos, é bem diferente, dada à massa africana que por lá se instalou e vem provocando sérios prejuízos a cidade. Opinião pessoal, é claro. Mas, isto é tema para outra ocasião, porque hoje o assunto é Buenos Aires.
Neste verão a capital argentina estava mais quente do que o normal e isto levou o povo às ruas até altas horas, criando um ambiente de festa sem fim, reforçada pela presença de verdadeira invasão de brasileiros. Bares, praças e cafés fervilhavam de clientes e encontrar local para baixar era um desafio. As casas de shows, particularmente as de tango, andaram nesse período do carnaval, sem carnaval por lá, com as lotações esgotadas. Tentamos uma dessas, no sábado e, para minha surpresa, as reservas haviam sido encerradas na quinta-feira. Isto dá uma idéia, do que ocorria.
Contudo, como sou “macaco velho” naquela praça e assessorado por amigos nativos não ficamos sem ter o que fazer. Claro que em melhor qualidade e longe do circuito turístico. Fomos parar, naquele sábado, inicialmente em Palermo Hollywood – centro de diversões da moda – e depois num pólo de diversões agitado e, sobretudo bonito, na localidade de Las Cañitas, próximo ao famosíssimo Hipódromo de Palermo, de onde saímos às quatro da manhã. Gente bonita, muita champagne sendo consumida nas mesinhas e sofás, nas calçadas, e uma alegria sem limite. Vide fotos, a seguir.
Com dez dias de férias ficou fácil rever os principais pontos da cidade: Plaza de Mayo, Casa Rosada, Avenida de Mayo, Congreso, o imperdível Puerto Madero, a Calle Florida com suas vitrines tentadoras, o sofisticado bairro da Recoleta, o tradicional bairro de San Telmo, com sua estonteante feira dominical de antiguidades, La Boca e Caminito, as avenidas de Palermo, que merecem ser percorridas com vagar e olhos bem atentos aos palácios e palacetes, no melhor estilo francês, além do monumental parque. E ainda sobrou tempo para ir ao distante subúrbio do Delta do Tigre, cheio de atrações, entre os quais o belo passeio de bateau-mouche, que fizemos, como sempre fazemos, aonde? Em Paris, claro!
Claro que um dos pontos altos da nossa viagem foi nosso tour pelos belos restaurantes portenhos – o Real está valendo um pouco mais do que o dobro de cada Peso, o que facilitou nossa vida – para saborear a insuperável carne argentina, particularmente o famoso bife chorizo, regada aos Malbec somente produzidos pelas adegas argentinas. Meus dois filhos, verdadeiros touros, não deixaram escapar uma única vez. O sabor que eles saboreavam ficava estampado nos semblantes de prazer gustativo dos dois.

Eu, que consumo pouca carne vermelha, nesses últimos tempos, me divertia ao contemplá-los naquelas quase orgias gastronômicas. Comeram como se, cada vez, fosse a última das últimas vezes na vida. Benzadeus!
Foram dez dias de bons ares e muito prazer em Buenos Aires. Uma viagem que, quando acaba, dá vontade de voltar. Voltaremos!
Girley Brasileiro
Fevereiro 2010, Brasil
In Blog do Girley

Com a colaboração de Cidinha (Brasil)

FOTOS: Casa Rosada, Plaza de Mayo, Buenos Aires; Descansando e vivendo en las Calles Portenhas (Foto Giley); Puerto Madero, Buenos Aires; Calle Florida, Buenos Aires; Foto de Girley; Descansando e vivendo en las Calles Portenhas (Foto Girley); Las Casitas, Buenos Aires; Cenas de tango, Buenos Aires.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

LITERACY, THE NEAR FUTURE

A. Work remaining to be done by zone coordinators
April 15th is behind us. Our major work has been accomplished. Now it is time to join with our successful clubs and districts in celebrating their successes in the area of literacy.
Those of you who are in active contact with your districts still have work to do in terms of answering questions about literacy awards; approving zone awards; and recommending area awards to your area coordinator. For those of you in the European area, consider me to be your area coordinator for the purpose of approving of area awards. If you receive questions about other awards just contact me.
Finally, be sure to send a short final report to your area coordinator and me in June and be sure to send a copy to the Rotary Coordinator who will replace you.
B. Optional actions for zone coordinators – Creating Awareness in May/June
1. In a little more than two months a new team of district governors and club presidents will take office. Some of them are already aware of literacy project opportunities and are making plans to take actions. Many others are not aware of what could be done.
Yet, particularly at the club level, they are still making their plans for 2010-2011.
Clearly, May and June are two months when most clubs are receptive to new ideas about literacy projects which can be initiated in the coming year.
If those who are unaware could be made aware of literacy project success stories and role models from the current year, surely many of them would decide to add one or more new literacy projects to their club’s plans for next year.
2. Over the past five years the job of creating that awareness in May and June was the responsibility of the RILRG team that officially took office in July. In other words, we had a process in place that was similar to PETS, only with a focus on literacy. But since the RILRG will cease to exist as of July 1st, literacy project promotion will lose the special emphasis and organization it has had.
3. The new Rotary Coordinator structure will keep in place something roughly similar to the current zone coordinators. But they can only share information with their districts if there is someone else to provide that information. In future years the plan might be to have RI staff provide this service. But this year therewill probably be a gap due to the inherent nature of the transition.
4. Consequently, this year’s zone coordinators can provide a great service to next year’s Rotary Coordinators by:
a. Continuing to share information about literacy projects with your districts (and their clubs) in May and June.
b. In your final act as zone coordinator, make the RC who will replace you aware of the literacy leaders and literacy project standards of excellence in your zone and beyond.
C. Celebration at the Montreal Convention
If you plan to attend the Montreal convention, be sure to attend the two literacy breakout sessions and be sure to drop by the RILRG literacy booth. If you would like to help us staff the booth for a few hours, let Roger Hayward or me know.

D. About this week’s downloadable attachments – Courtesy of District Literacy Coordinator Jacqueline Russell and Zone Coordinator Lloyd Gray.
For any of you who wish to continue creating awareness in May and June the area coordinators and I will continue to share with you examples of interesting literacy project reports from around the world.
This week’s examples will come to you as separate attachments to this week’s management bulletin.
The first of the two downloads which I am attaching this week is a PowerPoint presentation describing the accomplishments of the Olympia RC in the state of Washingon, USA. That club completed 21 literacy projects. When district governors-elect or club presidents-elect view this PowerPoint they should pay attention to the large number of club members who were involved. Clearly, literacy projects offer an opportunity to get members involved and that means…RETENTION OF MEMBERS!
The second of the two downloads provides an example of the strong “adopt-a-school” project supported by the Clover Park RC in the state of Washington, USA.

A «strong strong adopt-a-school» project is defined as one where the Rotary club gets involved with a variety of sub-projects all of which contribute to the quality and quantity of education which the school is consequently able to offer. Earlier this year we heard about a similar “robust” adopt-a-school project in India (the RC of Bombay’s Bhavishya Yaan project which was also sent to you in the form of a PowerPoint presentation). Next week I plan to share with you an equally inspiring example from the Philippines. Are there any such examples in your zone? If so, be sure to make your districts and clubs aware of them.
Richard Hattwick
World Literacy Coordinator
April 2010
PHOTOS: Madonna, she wants to sponsor a school in Africa; UNICEF Schools in Africa; children playing in Africa; UNICEF Schools in Africa; vision of Hope Community School in Africa;  all should feel good where they live; a plaint growing well like a child who learns; Malaika Thorme in Dansa, for the Project Build a School.

ADOPT A SCHOOL MODEL

















The Rotary Club of Clover Park has adopted Southgate Elementary School as a yearlong project where we can provide for improved literacy, feed the hungry, tutor and mentor to students and support our community through various projects.
1. On September 8, 2009 our club members participated in a Back- to- School night for parents and children of Southgate Elementary School. This day coincided with International Literacy Day. Fliers from Rotary International (both English and Spanish print) were distributed to parents where reading in the family home was promoted. Rotarians assisted children and parents in locating classes and served pizza, salad, desserts and beverages to celebrate the occasion. Approximately 500 students/parents attended.
2. In September 2009 Rotary Club of Clover Park provided $2000 to Southgate Elementary School to fund a curriculum entitled «English – A Second Language». This class has allowed 26 Southgate parents to attend daily «English as a Second Language» classes at the school. The class is presented by the bilingual parent advocate at the school and assists both English and Spanish speaking parents with an understanding of the school community.
3. Clover Park Rotary has inducted the principal of Southgate Elementary School, Charlotte Clouse into our Club and are welcoming not only her, but Counselor Marie Erickson and Alicia Hunsecker, Interpreter/Spanish speaking advocate, to our meetings. We are currently processing new applications for Deana Tuttle, Director of Head Start Programs for Clover Park School District and David Durante, Manager of the Lakewood Branch of Pierce County Library System.
4. During the month of March 2009 (Literacy Month), each of our meetings had an informative and interesting speaker covering areas of Literacy (this would be five literacy related speakers total). Our speaking subjects ranged from the impact of poor literacy in relationship to crime (Pierce County Prosecuting Attorney) to curriculum for social skills in education (Social Smarts Curriculum) and introduction of reading programs in the schools. Our club enjoyed a «How to Read» reading lesson. Literacy culminated with Superintendant of Schools Randy Dorn speaking to us April 14, 2010 (our 6th literacy speaker of the year).
5. On January 8, 2010 several members of Clover Park Rotary worked with Southgate Elementary School Staff to support Rotary Awareness and participate in Career Day at Southgate Elementary School. Rotarians visited classrooms and discussed their professions…what they do each day at work, how they became interested in their vocations and goal/setting/education processes required. We shared such professions as Floral Design, Waste Management, Water District Maintenance, Banking, Franchise Owner, Teaching, Restaurant Management, Chef’s, Lawyers, Judges, and Firemen.

6. On March 2, 2010 Clover Park Rotarians participated in Literacy Night at Southgate Elementary School. Children and their families participated in the evening functions; Rotarians read to children; served a meal of Quesadilla’s, Veggies, Salad, Cookies and Beverages; and the children received prizes (books, games, etc.). Approximately 480 were in attendance.
7. As part of the Literacy Month Kickoff, Clover Park Rotary awarded each classroom at Southgate Elementary School with a book entitled «World Stories». The book shares short stories about different ethnic groups and customs which are celebrated around the world. Fifty Percent of the purchase price for these textbooks is to be returned to Literacy Programs in District 5020.
8. Clover Park Rotary has sponsored the Clover Park High School Interact Club and is assisting them in their April 2010 drive to raise school supplies. These supplies will be taken to Morocco by Rotarians in July 2010 to support a school project. Our Club will support Interact by collecting supplies at our April 2010 meetings. The Interact Group is also planning to work with Emergency Food Network to do a «food repack» day.
9. Clover Park Rotary has supported the Pierce County Library with a $500 donation towards the summer reading program.
10. In June 2010, all graduating 5th grade students from Southgate Elementary School will be given a «middle school appropriate» dictionary. The dictionaries have been purchased and each week our guest speaker signs the book. It is then awarded in that speakers name.

11. Rotarians participate as tutors in the Southgate Elementary School Tutor and Mentorship Program.

12. Clover Park Rotary is providing approximately $3,900 towards Community in Schools to be used in conjunction with the afterschool care program for 3rd and 4th grade students.
13. Clover Park Rotary participated in two Science Fairs. One on February 27 for the Clover Park School District and one in March at Southgate Elementary School. Rotarians judged the projects and made recommendations for prizes or advancing to the next level.
14. To introduce our Southgate Elementary School students to the arts, Clover Park Rotary worked with Northwest Ballet and provided funding which allowed the students to attend the Nutcracker Ballet at Christmas. In February 2010, Northwest Ballet followed up with a performance at the school and gave the students some on-the-spot lessons. Our Club is further promoting introduction of the arts to students by sponsoring the Boys and Girls Club April 24 performance of the play «Grease».
The Southgate Elementary school year has not ended. We have additional projects to complete in April and May 2010. Those projects planned and supported by Clover Park Rotary are: 5th Grade Day Camp; Field Trips for each classroom; two school assemblies presented by Pacific Science Center and Pioneer Farm; and a Math Relay Competition.
Deanna J Ebsen
Clover Park, USA
April 2010
PHOTOS: Joana Santa Marta (in Facebook), a social and political portuguese activist; Clover Park  technical School; Literacy grows and  spreads like plaints and beautiful flowers; Chianciano Art Museum; Roger Howard wonderful Newsletter; «Literacy for all, schools in Cape Town», South Afica (Roger Howard World Wide Newsletter); Natural Park in Galé, Algarve, Portugal, Literacy is life and beauty; Henrique Pinto celebrating the painter Carlos Lança' memory, a legacy to all thwe children of the world; Literacy of the Character in Lee County School, North Carolina, USA (Roger Howard April'Newsletter); Giving Books, Books, Books, in Windward Ohahu, Hawaii, USA (Roger Howard last Newsletter;  a wonderful beach with no sand is like the world without literacy; they work in a project for iliterate people; the Rotary Club of Tremecula Noon is affiliated with Dolly Parton Foundation with The Imagination Library; Tremecula Noon school work 2 and 3; introducing arts in school (RC clover Parks, USA); cherry flowers, joy for a literate world.

domingo, 25 de abril de 2010

CARLOS LANÇA, GÉNIO CRIADOR E SOLIDÁRIO

Estava em Paris com a Maria da Graça, em representação do presidente de RI Dong Kurn Lee – Paris, a cidade que tanto inspirou o Carlos Lança – , quando soubemos, de chofre, que ele morrera. Como tinha falado com ele uns dias antes e foi uma conversa de esperança, fiquei transtornado, chocado. Levei tempo a convencer-me que aquele homem lúcido, determinado, sério, confiante e frontal, por mal que estivesse, se deixasse vencer pela negra megera.
Fiquei amigo do Lança e do casal logo que o conheci. Diziam que não era pessoa fácil. Duma coisa estou certo, sempre apreciei sobremaneira a sua amizade e a sua conversa instruída e bonita, lógica e culta, nunca banal, a sua escrita de letra redonda, cursiva, sumarenta, a sua concepção de Rotary como um organismo social vivo, e como tal, exactamente como se dum ser biológico se tratasse, com a premência de ser nutrido em permanência de ideias novas, socialmente importantes e eticamente sustentáveis. Em todos os momentos o vi solidário – em iniciativas, na ajuda a eventos com o fruto da sua arte, na produção de ideias visando a solidariedade dentro de fronteiras e mundo fora, os grandes problemas, dos slums do Porto até à rua cinzenta dum bairro lamacento, numa qualquer curva do planeta.
Duvido que existam em Rotary muitos legados solidários, morais e éticos, com a dimensão e o peso do deixado por Carlos Lança.
Vi-o em várias circunstâncias a ser vítima da sua própria consciência tranquila mas proficiente. Porquanto fazer aquilo que é correcto e para mais quando nos é exigido ao mais alto nível, a dada altura o fez injustamente incompreendido e insensatamente mal tolerado. Nem sempre recebeu dos companheiros de andarilho a compreensão que ele esbanjou em solidariedade nos trilhos do movimento e da vida.

Mas como a Marguerite Yourcenar escreveu, «o tempo é o grande escultor». Mais cedo do que o esperado, Carlos Lança, mesmo quando já ausente, acabou por fazer valer as suas razões – e que bom seria se ele soubesse de todos os desenvolvimentos, internos e externos.
Há dias no Conselho da Europa o presidente do executivo CIP mundial, Serge Gouteyron, enalteceu sobremaneira todos os clubes e Distritos que fizeram com que o movimento CIP tenha hoje carácter mundial, ou seja, cubra os continentes americano, africano, asiático e a Oceânia.

O que Serge Gouteyron não sabia é que não foram os franceses a dar o primeiro passo em relação a África, onde colonizaram um terço do território. A seguir à CIP Portugal Marrocos foi Carlos Lança que esboçou a aproximação à Africa de língua Portuguesa, começando pelos Seminários de Cabo Verde, Angola e do Porto, e depois com a criação das secções portuguesas das CIP com quatro países Africanos.
O que Serge não sabia é que, se se acentuou entretanto o carácter bilateral do relacionamento entre Portugal e o Brasil, e este país tem hoje uma influência determinante na diplomacia Rotária com África – e esperamos que seja um bom parceiro para projectos de alfabetização que possam cobrir alguns milhões de pessoas, através dos métodos CLE e CALS -, o Lança tem também aí um papel determinante.
Quando o PDRI Luís Oliveira – representante do presidente Richard King na sua Conferência de Viana do Castelo –, me convidou para orador no Instituto Rotário de Sergipe, no Brasil, foi o Lança que me lançou o repto para falar do papel da língua portuguesa e da necessidade de os países Rotários do falar luso, dentro e fora da CPLP, em terem um papel activo, forte e sinérgico em Timor e em África.
O texto «A minha Pátria é a Língua Portuguesa», parafraseando Pessoa, que Jonathan Majiyagbé muito apreciou quando presidia à Mesa de Honra do Instituto, escrevemo-lo os dois durante horas, encerrados no hotel fraquinho daquele Estado pobre do Brasil. Grande parte desta cooperação mundial de que tanto se orgulha Serge Gouteyron e muitos de nós começou aí.
Dentro de pouco tempo, estarão formalmente constituídas, de modo protocolar, todas as CIP que criou.
Todos os processos sociais são consumidores de tempo, as casas começam pelos alicerces, ganham estrutura e tornam-se culturalmente habitáveis. Mas essa sabedoria, esse sentido social e cultural da dinâmica, essa presciência do efeito do tempo, o dom da paciência e da ternura mesmo se a impaciência nos assola, tinha-o Carlos Lança bem entranhado no cerne da sua personalidade.
Todavia, como em todos os processos de transformação positiva das mentalidades, esta visão High Concept, como escreve Daniel Pink, criadora, narrativa, empática, mobilizadora, a materializar o conceptual, a enfatizar o saber com emoções, não é ainda facilmente perceptível para boa parte do movimento, preso na norma castradora quando primeiro e último recurso e no bonitinho sem imaginação, inconsequente.
Por tudo o que disse e pelo muito que há para dizer, eu sinto-me orgulhoso de poder participar na celebração da memória do amigo querido Carlos Lança. O movimento Rotário Português dificilmente recupera em pleno da orfandade de liderança ética e moral, e da inspiração que tal pressupõe, de três personalidades inesquecíveis como Marcelino Chaves, Fernando de Oliveira e Carlos Lança, que partiram cedo. A Isabel e a Constança, como seguramente todos nós, sentir-se-ão orgulhosas de terem sido a vida anímica e a inspiração de tão nobre génio criador e solidário.
Henrique Pinto
Abril 2010
NOTA: discurso preferido no Encontro para celebrar a memória, dedicado a Carlos Lança, organizado pelo Rotary Club Porto Foz no Palácio das Artes, no Porto

FOTOS: vista da cidade do Porto; Manuel Cordeiro, Paulo Chong e Cecília Sequeira na Abertura da celebração da memória de Carlos Lança; Henrique Pinto e Isabel Babo Lança, parte da mesa onde todos jantámos, e o Carlos estava feliz, na Casa do Arcebispo, em Salzburgo, Áustria, no Instituto de RI;
Carlos Manhiça, Cônsul de Moçambique; M.J. Madureira Pires, Waldemar e Beatriz de Sá e Maria da Assunção SerôdioRute Madureira Pires, António Amorim da Costa e Alcino Cardoso; Carlos Lança, Henrique Pinto e Silvia Nagy, em 2002, no Ministério da Saúde, em Luanda, discutindo o sucesso dos 4,5 milhões de crianças vacinadas nesse dia; Abreu Madureira e José António Campos e Matos; Manuel Cordeiro, Paulo Chong, Isabel Babo Lança e Cecília Sequeira, no encerramento da evocação; vitrina com iconografia de Carlos Lança; Manuel Serôdio e Manuela Geraldes (directora da Fundação da Juventude); Manuel Cardona e Bernardino Pereira; Beatriz Sá, Maria Antónia Cordeiro, Helena Cardona e Maria Assunção Serôdio; capa do livro «Carlos Lança, percurso artístico entre 1960 e 1987»; capa do livro «2000 a 1500 - o passado futuro»; alguns desenhos de Carlos Lança

O PINTOR MORREU

O pintor Carlos Lança (Lisboa, 1937 – Porto, 2009), iniciou a sua actividade artística ainda enquanto estudante, em 1960. Desde 1976 residiu e exerceu a sua actividade na cidade do Porto.
Fez dezenas de exposições individuais em Portugal e no estrangeiro (Espanha, Itália, França, Dinamarca, Finlândia, Angola, Brasil, EUA e China) e participou em mais de 200 certames internacionais e exposições colectivas, realizadas nomeadamente em Portugal e outros países da Europa, África, continente Americano e Ásia.
É autor de diversos projectos de integração em arquitectura urbana, recuperação de interiores e espaços públicos, arquitectura monumental, design pedonal, mobiliário urbano, painéis cerâmicos, pintura mural, etc., em Portugal e no estrangeiro.
Existe vasta e significativa bibliografia passiva, onde se assinalam importantes textos analíticos sobre a sua obra, assinados por autores nacionais e estrangeiros, publicados em revistas da especialidade em Portugal e além-fronteiras, na imprensa diária e periódica portuguesa e estrangeira, com relevância para diversos livros de vários autores, editados em Portugal e dedicados ao seu trabalho. Na sua bibliografia activa, há lugar de destaque para «Arte Portugués Contemporáneo» (Publicaciones ARBOR, Madrid/1970), «Descodificações» (Editores Associados, Porto/1984), «2000 a 1500 – O Passado Futuro» (Edição Rotary Club de Estarreja/2002) e «O Espaço e o Tempo – Registos e Ensaios» (Edição Galeria Sacramento, Aveiro/2004), para além de inúmeros textos sobre arte, literatura, assuntos filosóficos e outras matérias de ordem cultural, etc.
Está representado em 19 museus (nacionais e municipais) em Portugal, em 18 museus de Arte Moderna e Contemporânea no estrangeiro (Brasil, Espanha, Marrocos, Angola, Moçambique, China, Índia e Japão), em colecções e acervos estatais e outras colecções institucionais e privadas, tanto em Portugal como em outros países europeus e África, Ásia e continente Americano, e nas Fundações «Mário Soares» e «Luso Americana para o Desenvolvimento», em Lisboa, «Joan Miró» e «Abelló», em Barcelona, «Balagués», em Vila Nova y la Geltrú (Espanha), «Engenheiro António de Almeida» e «Serralves»/Colecção documental, na cidade do Porto, e ainda «Fundação Cultural Maria de Castro» em Minas Gerais, Brasil.
Em 2000 quando das Comemorações dos 500 Anos do Brasil, a convite da Embaixada de Portugal em Brasília, com o apoio dos Ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Cultura e do Instituto Camões, e ainda do Estado da Bahia, realizou em Salvador, para o Museu de Arte Moderna, uma obra de grandes dimensões alusiva ao «achamento do Brasil». Em 2001, através da ANAP – Associação Nacional dos Artistas Plásticos, no âmbito do Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura, promoveu a realização duma Exposição Luso - Galaica de Pintura Contemporânea. Em 2002 promoveu a realização, no Palácio de Congressos de Barcelona, de uma Exposição de Pintura Contemporânea Portuguesa, integrada no programa cultural da Rotary International Barcelona International Convention, com fins humanitários.
Desde 1970 foi intervindo e participando, enquanto palestrante e conferencista convidado, em inúmeros projectos e eventos culturais, em Portugal e no estrangeiro, nomeadamente em Espanha, Bélgica, Itália, Macau e Angola.
Desde 2002, inicialmente a título individual, e posteriormente, através de equipas por si coordenadas, foi participando em acções e projectos de cooperação, no âmbito de Programas para os PALOP / CPLP, levados a efeito nas áreas socioculturais, com apoio estrutural da ANAP / ESMAI / Instituto Politécnico do Porto, com particular destaque para a defesa e consolidação da Língua Portuguesa, Artes Plásticas e Perfomativas, Educação, etc., em Cabo Verde, Angola e Guiné-Bissau.

Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa e Paris (1966/67) e da Hofstra University em Nova Iorque (1969/70), foram-lhe atribuídos diversos prémios de Arte e outros reconhecimentos artístico-profissionais, em Portugal e além-fronteiras (EUA, Espanha, Itália e Brasil). Por proposta da CVP, foi agraciado com a Ordem de Benemerência (1995) e distinguido com o Grau de Grande Oficial da «Military Order of Saint George» em reconhecimento pelas suas acções humanitárias (2000).
Foi membro Honorário de várias instituições artísticas e culturais em Espanha, Itália e Brasil, e Presidente do Conselho de Direcção Nacional da ANAP – Associação Nacional dos Artistas Plásticos, da Comissão Nacional para a AIAP / UNESCO e da Comissão Luso – Galaica para a Cultura.
Cecília Sequeira
Abril 2010
NOTA: o título do artigo e as fotos são da responsabilidade do editor
FOTOS: a bela cidade de Salvador, na Bahia, teve o privilégio de receber a dádiva da Obra de Carlos Lança; Carlos Lança, Henrique Pinto e Silvia Nagy no musseque de Kilamba Kiaxi, em Luanda, na saga da polio; Carlos Lança com Manuel Cardona, Silvia Nagy, M.J. Madureira Pires e Henrique Pinto em Catete, Angola, na saga da pólio; um desenho de Paris, a cidade luz, onde Carlos Lança foi bolseiro em 1966; Carlos Lança posa frente à sua obra «2000 a 2500 - o passado futuro», no dia da entrega ao Estado da Bahia; Carlos Lança , a apresentação na Biblioteca Municipal da Póvoa de Varzim do livro «Campanha para a Erradicação da Poliomielite», com depoiementos da delegação de RI em Angola e participação num Dia Nacional de Vacinação naquele país, ,estando na mesa Rute Madureira Pires, Manuel Cardona, Henrique Pinto, Carlos Manhiça - Cônsul de Moçambique -, Fernando Calisto e Marcelino Chaves; capa do livro «Campanha para a Erradicação da Poliomielite»; a sua obra «2000 a 1500 - o passado futuro»