quarta-feira, 14 de abril de 2010

CIP E PAZ, DO CONCEITO À OPERACIONALIZAÇÃO

«Só os que aqui estamos nesta Reunião CIP podemos levar a cabo a alfabetização de toda a população da Guiné-Bissau, pouco mais dum milhão de pessoas», disse na Assembleia de sábado na Marinha Grande. É esse o novo espírito das CIP, Comissões Inter Países de Rotary International.
Cinco minutos depois de terminado o primeiro painel deste Encontro, o Dr. Hernani Caniço, presidente de Saúde em Português ouvia da voz dos responsáveis CIP-Cabo Verde «pode contar com o dinheiro que falta para instalar a Telemedicina em Cabo Verde. Tratando-se dum projecto de enormíssimo alcance sanitário e social, no âmbito da cooperação internacional, renasceu nesse instante o espírito CIP em sentido moderno, numa das formas de operacionalização da paz.
É urgente a paz.
«As CIP podem contribuir decisivamente para a paz no Mediterrâneo», afirmou Örsçelik Balkan no Conselho da Europa há duas semanas.
Fernando Nobre escreveu em Humanidade (2009) a propósito da Palestina: «Ponha-se fim imediato ao massacre e instale-se um cessar-fogo com as seguintes premissas: reconhecimento a breve prazo de dois estados, soberanos e viáveis, por todos os beligerantes; cessação imediata de apelidações de “terroristas” seja por quem for nesta região; desmantelamento dos colunatos judaicos na Cisjordânia; derrocada do muro da exclusão e humilhação; fim dos disparos de Israel e das retaliações sobre Gaza;(…) interposição neutral de forças militares convincentes das Nações Unidas até que os dois povos semitas irmãos cooperem; investimentos financeiros maciços na Palestina para que o seu povo possa viver com dignidade e volte a ter esperança. O estatuto de Jerusalém, que deve ser declarada Cidade Santa, fica para depois».
Com efeito, se as CIP são conglomerados de clubes Rotários de dois países, e se elas mesmas podem trabalhar em Rede e constituir amplas Networks no sentido dum ou doutro caminho para a paz, então podem ser um instrumento fortíssimo de diplomacia junto de dezenas de países e catalisador de financiamento de projectos.
A manifestação solidária de países como a Alemanha e a Espanha para trabalharem com as CIP de Portugal em Angola já foi reiterada inúmeras vezes. Foi-o agora de novo em Estrasburgo.
As CIP, velho instrumento nos países pioneiros, é agora tida como uma ferramenta poderosa para os países emergentes em Rotary, os asiáticos, africanos, sul-americanos e mesmo os EUA.
Literacia e saúde são formas de operacionalizar o conceito de paz. Este novo espírito CIP pode induzir maior motivação em todas as estruturas do movimento. E constituir uma esperança para muitos cidadãos.
Obviamente, muitos actos de dimensão modesta, inovadores e eficientes, também fazem um bom projecto em eficácia.
Não estamos a falar de D. Quixote nem de moinhos de vento.
Henrique Pinto
Abril 2010
FOTOS: Henrique Pinto (coordenador nacional das CIP), Álvaro Pereira (presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande), Manuel Cordeiro (Governador de RI em nome dos Governadores dos D 1970 e D1960), Fernando Marques (presidente do R.C. Marinha Grande) e José Luís Brandão (presidente do RC Leiria), na cerimónia de saudação às bandeiras (foto Avelino Matos); Dr. Hernani Caniço, presidente de Saúde em Português, Henrique Pinto e Álvaro Gomes, no painel 1 (foto Avelino Matos); Dr. Álvaro Pereira, presidente da Câmara Municipal da Marinha Grande; Fernando Nobre, presidente da AMI, com Henrique Pinto (foto Sérgio Claro); os hospitais sobrecarregados nos países em desenvolvimento; Uwe Richardsen, coordenador das CIP na Alemanha; o Governador Manuel Cordeiro, presidente da CIP Portugal - Timor (em formação) 2010-13; Álvaro Gomes clarificando o conceito e extensão de CIP; Vitor Cordeiro, Manuel Cordeiro, Henrique Pinto, Cecília Sequeira e Manuel Cardoso, no painel 3 (foto Avelino Matos); caricatura de D Quixote e Sancho Pança, a Obra de Cervantes.

1 comentário:

  1. Caro Companheiro:
    Dirijo-me a si na qualidade de membro do Grupo Rotary Fellowship of Literacy Providers, solicitando informações sobre este grupo de trabalho.Estou interessada em conhecer projectos que tenham sido dinamizados e concretizados por rotários no domínio da alfabetização, principalmente, no dominio da promoção da literacia leitora, matemática e informática.Há programas comparticipados, a nível financeiro, em Rotary a que os clubes possam candidatar projectos?
    Agradeço toda a ajuda que me puder facultar.
    Grata pela colaboração
    Marta Miranda
    Presidente do Rotary Clube de Vila do Conde 2009-2010.

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