sábado, 24 de abril de 2010

A PARÁBULA DE SANDRA BULLOCK

O filme Um sonho possível, Globo de Ouro como película e motivo para Sandra Bullock receber o mais que merecido Óscar de melhor actriz - ela que há anos produz as suas próprias obras numa incessante busca de perfeição -, é uma agradável metáfora sobre o amor e a solidariedade.
As pessoas menos atentas generalizam estereótipos infelizes sobre grande parte dos cidadãos americanos. Quem tem estatuto e sabe alguma coisa continua a sonhar ir a Paris, como nos anos 40-50. Afinal, é certo que o país é grande e populoso, rico, nem todo está na mão dos chineses, e os per capita têm valores altos para o que quer que seja. Et pour cause, também na solidariedade internacional, os cidadãos americanos organizados em torno de clubes de serviço e ONG são os maiores contribuintes do mundo, em dinheiro e trabalho voluntário, em prol do seu semelhante sofredor.
Aquele sonho possível foi o tornar feliz e independente uma criança negra, nascida em ambiente deplorável - o ódio, a miséria, o desemprego, o álcool e outras dependências, o crime -, mediante a sua adopção natural por uma família de classe média branca, educada, sem problemas em ter filhos. A ternura não piegas, quase racional, sem tiques de melodrama, marca o desempenho espantoso de Sandra num filme motivador de esperança.
Henrique Pinto
Abril 2010
FOTOS: Sandra Bullock;

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