sábado, 24 de abril de 2010

EU DISSE A JOSÉ SÓCRATES…

Há uns anos, estava ainda o primeiro-ministro José Sócrates no Ambiente, disse-lhe em ar informal, respeitoso, «os seus directores gerais e regionais nunca o defenderão em qualquer política, fazem o que bem entendem, continuam encostados ao status quo de interesses instalados».
Lidei por dentro com este horror, as acções lesivas da saúde humana por banda dos atropelos ao ambiente tinham sempre cobertura oficial, por conta da «sobrevivência dos sectores económicos». Cheguei a questionar-me: quantos suínos de engorda vale uma vida humana? Fartei-me!
E a verdade é que praticamente nenhum desses «líderes» do ambiente deu a cara mesmo pelas causas paradigmáticas e boas do ministro José Sócrates. Ou porque estavam em Coimbra e Manuel Alegre podia considerar o «ambiente sem pó de cimento» uma afronta à cidade. Ou porque Lisboa é muito perto do poder e qualquer queixa de «boa gente» faz mossa…
A morte de dois adolescentes numa lagoa da área de extracção de areias no Concelho de Sintra – soube de muitas outras semelhantes aqui e ali - vem mostrar-me, dez anos depois daquele clima «protector», que o laxismo continua exactamente como dantes.
O novo Shopping de Belmiro de Azevedo em Leiria, onde a saída dos cinemas ou da FNAC pode redundar num choque com «imperiais e pizzas», tal o espaço apertado, mais adensa os meus pensamentos sombrios a este respeito.
Henrique Pinto
Abril 2010
FOTOS: o primeiro-ministro José Sócrates em «joggimg» na Madeira; a Lagoa dos Salgados, Algarve; a beleza da sua fauna, em dia de chuva

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