sexta-feira, 30 de novembro de 2012

SONS DO MUNDO

A apresentação do projeto:

Conhecer sons, percorrer o mundo pelas sonoridades que caraterizam cada região, cada cultura, cada forma de vida é a proposta do Orfeão de Leiria Conservatório de Artes com o projeto Sons do Mundo. Numa viagem que se fará todos os anos, o OL CA dará a conhecer um instrumento, uma forma de ouvir o mundo e de expressar a arte, a todas as pessoas, mais pequenas e maiores.
O toque, a experimentação, fusão de tecnologias e de tradição, concertos inesquecíveis e momentos únicos, dominarão a temporada Sons do Mundo que se realiza, anualmente e durante alguns meses, já a partir de dezembro de 2012.
O primeiro convidado? O Gamelão de Porcelana e Cristal! 
Apresentação do Gamelão: 

O Gamelão de Porcelana e Cristal, um grande e misterioso instrumento musical

O Gamelão de Porcelana e Cristal é um instrumento musical, um grande, diferente e misterioso instrumento musical.
Constituído por centenas de peças de porcelana, faiança, grés, vidro e cristal, é um instrumento musical coletivo, que é, simultaneamente, uma escultura, um projecto de arte em si próprio.
Foi inspirado no milenar gamelão javanês, mas a sua criação foi imbuída também de um espírito criativo mais contemporâneo, seguindo várias tendências da música experimental, de John Cage a Harry Partch. É por isso que o Gamelão de Porcelana e Cristal soa de forma única: combina vários tipos de timbres e é usado em estrita relação com a noção de espaço e percurso.
O Gamelão permite a qualquer um expressar-se musicalmente, mesmo sem treino musical, mas também por pessoas com formação musical, que encontram nele desafios originais, inovadores e interessantes, e aliam a tradição às modernas tecnologias
Pelas suas caraterísticas, o Gamelão pode adquirir várias formas e dimensões, sendo reformatado em função do espaço arquitectónico que o venha a acolher. Em Leiria, o Gamelão de Porcelana e Cristal chega à cidade pela mão do Orfeão de Leiria, e será instalado no MIMO, Museu da Imagem em Movimento.
Joaquim Branco
Novembro 2012 

NOTA: Este é um novo Projecto do Orfeão de Leiria / Conservatório de Artes coordenado pelo professor Joaquim Branco. Henrique Pinto
 

terça-feira, 27 de novembro de 2012

LUÍS AMADO E O GOVERNO NO X JANTAR CONFERÊNCIA DO REGIÃO DE LEIRIA

Nem parecia o mesmo Luís Amado, meu amigo, que há um ano e tal, ainda ministro, participou comigo no programa Café das Quintas em Leiria! Na altura ele era o pessimista sobre o devir próximo e eu o mais confiante. Neste seu discurso no X Jantar Conferência do Semanário Região de Leiria a tónica esteve na confiança prudente no após Setembro 2013, altura das eleições na Alemanha. Aposta numa Merkel a defender o federalismo mais que político, num quadro de maior tranquilidade com o tratado da fiscalidade europeia ora assinado. E incentivou à continuidade do actual governo em termos de legislatura (para o que diz já ter avisado os líderes dos dois maiores partidos políticos quanto aos riscos da eventual dissolução do executivo), como oportunidade de confiança dos credores internacionais e para o aproveitamento num sentido favorável dos sacrifícios feitos por boa parte dos portugueses. Domingos Azevedo, o outro orador, foi mais factual e crítico acérrimo da governação e acentuou desfasamentos como o IVA para as grandes superfícies, a ganharem muito dinheiro à sua custa (por contraste com o esforço feito pelos pequenos empresários seus credores, que pagam o imposto ainda antes de ressarcidos, fenómeno corrigível se usado o modelo caixa).
Eu adoro estes convívios, estava deliciado e bem disposto, rodeado de pessoas que estimo, a deitar farpas aqui e ali, e por isso ainda cutuquei os meus amigos deputados, «perdi-me, mas afinal onde estavam hoje direita e esquerda?».
Muita gente insuspeita diz que não fora a «precipitação» da então oposição em fazer cair o governo e a situação seria hoje outra mais favorável. À altura já estaria negociado e sancionado pela chanceler alemã um empréstimo em condições menos duras. Bem, em história não há «ses», ficará por saber-se, sobretudo no que respeita à justeza da
aplicabilidade desses fundos eventualmente acordados. Caímos no fosso e há que tentar sair-se dele. A forma de o fazer é que, tal como a queda, nos parece mais dolorosa e danosa que o necessário. Estou em crer que o responsável pelas finanças terá alguma noção do que está a fazer, sacrifícios aos bochechos por conhecer a dose certa do medicamento, inaplicável numa só toma. Atribui-se ao cientista Lavoisier, guilhotinado na Praça da Concórdia ao tempo do Terror de Robespierre, que «a diferença entre medicamento e veneno é apenas uma questão de dose». Aquele parece demonstrar ainda assim um desconhecimento grave da dinâmica social portuguesa. E ninguém o mandatou para colocar as «soluções» numa rota eminentemente neoliberal. A negociação das privatizações por ele ou pelas entidades externas entendidas necessárias (a RTP e a TAP privatizadas são um absurdo fora desta rota ideológica), foram entregues a António Borges. Antigo responsável do FMI para a Europa, foi despedido ao fim dum ano, supostamente por não ser politicamente correcto, no contexto actual, o facto de este economista ter sido quadro com peso do Goldman Sachs, dito «O banco», esse aparelho financeiro de influência tentacular. E foi responsável desta instituição exactamente quando ela é
acusada de ter manipulado as contas da Grécia para permitir a entrada deste país no Euro. Uma operação que terá endividado inexoravelmente a Grécia a favor da entidade manipuladora. Responsável, dizia, ainda no período em que o Goldman terá negociado as privatizações mais significativas na Europa. Para qualquer cidadão avisado só isto bastaria para estar menos confiante. Mas nenhum dos oradores passou por aqui. De parabéns estão, sobretudo, o Região de Leiria e empresas de excelência e personalidades que distinguiu na ocasião.
Henrique Pinto
23 de Novembro de 2012
 

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

PASSADO E PRESENTE DO ESTADO DAS COISAS

À música e à dança interessa cada vez mais o que é o mundo global. Ora, este mundo não muda quando se quer. Mas muda. Depois do crash da economia americana em 2008, desregulada pelo liberalismo infrene escorado então nos investimentos predadores, obra dos jovens banqueiros de Wall Street inspirados por filosofias contrárias à igualdade de oportunidades entre os homens, a contaminarem o mundo, a economia global tremeu como nunca. Em 2009 o produto bruto mundial foi o mais baixo de sempre em quase um século. A economia europeia é a esse respeito, a exemplo da americana, a mais abalada.
A anterior adesão ao Euro terá sido um acto solidário para com a reconstrução da Europa, sobretudo a leste, particularmente por parte dos países periféricos, como o nosso. Esta aventura mal congeminada em Bruxelas, arredada dum federalismo para lá do económico, acentua as fragilidades de hoje. A solidariedade dos antes beneficiados não existe, o país está sob resgate financeiro e a tendência recessiva está para durar.
Por entre os ajustamentos das contas públicas nacionais, pouco importa agora se bem ou mal dirimido o processo, o ensino artístico passou a ser tutelado pelo ministério da economia – por anacrónica que tal realidade nos pareça - e sustentado por fundos europeus. Fundos esses que começaram por ser avocados pelas finanças em Abril deste ano, em Portugal, fragilizando-os na aplicabilidade precedente e proactiva, e que ora são passíveis de decrescerem fortemente na própria fonte, a sede da União Europeia.
As Escolas de música e dança do Orfeão foram das primeiras em regime privado no país. Hoje há mais de 120 instituições similares em Portugal, oitenta das quais têm ensino articulado em contratualização com o Estado. Todavia, se o ensino articulado significou a abertura democrática do ensino artístico, e se cresceu quase em espiral quanto ao número de alunos, dada a inexistência de propinas, o seu panorama está a ser francamente desvirtuado. Porquanto o Estado não está a honrar os compromissos assumidos. Nos dois últimos anos lectivos, quando ninguém se queixava por outras paragens, o Orfeão lutou quase isolado contra os atrasos no ressarcimento por parte do Estado. Hoje, a casa está numa posição difícil, porque tem cerca de 80% dos seus alunos em regime articulado. No entanto, está ainda assim numa posição relativamente cómoda, senão a melhor, em face de todas as outras escolas do país com idêntico estatuto na articulação com o Estado. A continuar assim o estado da arte na arte, e nada o parece contrariar, boa parte dessas instituições fecharão as portas nos próximos meses. É um retrocesso civilizacional à nossa escala. Mantendo-se a solidez organizativa e pedagógica do presente, e tudo aponta para aí, nós resistiremos a tal retrocesso!
Quando hoje temos tão ilustre convidado, o Professor Vasco Negreiros, a fazer a Oração de Sapiência em torno da descoberta que é o ensino artístico, um caminho seguramente a escolher no dia a dia pelas nossas escolas, por muitos anos, há um imperioso acto de justiça a fazer, precisamente neste momento. Trata-se de prestar uma homenagem muito sentida a todos os nossos colaboradores docentes e não docentes e a todos os responsáveis, técnicos ou não. Trata-se dum agradecimento sentido. A relativa tranquilidade com que hoje encaramos o futuro escolar deve-se ao estoicismo de todos em suportarem compreensivos o que foi o pior período do incumprimento por parte do Estado, repercutido no calendário dos seus vencimentos. Em nada os alunos foram prejudicados.
Deve-se ainda a uma boa gestão do produto escolar, que registou nestes anos um acervo enormíssimo de realizações artísticas para alunos e familiares, como nenhuma outra escola no país. Daí a chamada de atenção às famílias de todos os alunos, aproveitem bem essa oferta de franca qualidade em concertos e espectáculos promovidos pela casa, a pensar nos vossos filhos. Para muitos é um apelo à paciência, de esperarem, de saírem de casa a horas em que os média proporcionam outro lazer porventura atractivo, ou por dessoutros motivos. Um apelo que faço não porque essa oferta custe caro. Obviamente que custa caro. Apelo-vos assim porque tal conjunto de realizações será importantíssimo no futuro de todos os actuais alunos, no dos vossos filhos, espíritos seguramente despertos por este esforço, pelo papel cientificamente provado aí atribuído à arte, e bem mais capazes de compreenderem e tornearem a adversidade no devir.
Pois bem, em situação de incumprimento, também o Estado não poderá de ora em diante ser tão incisivo para os fautores do ensino privado como nem tampouco o é para si próprio. Sem abalar o estatuto de acesso democrático ao ensino, terá forçosamente de permitir às escolas contratualizadas fórmulas de equilíbrio financeiro assertivas.
No dia de hoje, ainda sob a radiosa protecção de Santa Cecília, mátria protectora dos artífices da música, desejo-lhes, pessoal e institucionalmente, as maiores felicidades. A cada um de vós o bem haja.
Henrique Pinto
24 de Novembro de 2012
(Abertura Solene do Ano Lectivo no Orfeão de Leiria Conservatório de Artes)
 

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

DAR VALOR AOS VALORES

Os tempos mudam e o espírito crítico também. Na política toda a gente diz que «não pode ser assim ou assado» ou «não concordo», por isto ou por aquilo. Mas raramente se apresentam soluções credíveis para ultrapassar dificuldades. A razão mor do êxito da instituição OLCA é porque encontramos soluções para os problemas e nada fica para trás.
O Dr. Moreira de Figueiredo, de memória muito querida para mim e muitos mais, suou as estopinhas para manter o Coro, e sem profissionalismos, nos anos 60 e 70. Chegou a cantar no Coro um grupo de presidiários! Desde que contacto com o Orfeão de Leiria (coro) já lhe conheci vários períodos muito difíceis. E resolvi bem todos aqueles com que lidei. Primeiro, esteve fechado, tal como já acontecera nos anos cinquenta (claro que há quem bata o pé a dizer o contrário). Depois, o
maestro, impaciente, já não suportava os coralistas, quase todos acima dos sessenta e muitos. Eu e o José Neto, já falecido, criámos então o coro misto, com a aquiescência do maestro, mantendo-se a tradição do coro masculino, ainda que mais reduzido. Depois, ainda o mesmo maestro, cansou-se do Coro (para depois querer voltar como já fizera no passado) e tivemos de contratar um maestro profissional. Noutra circunstância o maestro já profissional despediu 17 coralistas mais antigos, para refrescar o Coro, sem que a direcção soubesse, e caíram-nos todos em cima. Noutra circunstância o maestro insistia em fazer 6 ensaios por semana durante 6 meses consecutivos para poder participar no Festival. Um absurdo, não haveria coralista que resistisse a tal. Dada a sua irredutibilidade tivemos de prescindir da sua colaboração. Noutra altura tivemos de contratar uma pessoa com menos habilitações embora de excelente trato, porque o regente anterior quisera mudar-se para a sua terra, e porque o dinheiro estava difícil de chegar a horas. O Coro transformou-se então num produto La Féria de segunda, sem qualidade. Houve que mudar, mesmo se com sacrifício. Agora, tal como eu vinha alertando há pelo menos cinco anos, o Coro está longe de ser auto-sustentável (ao contrário de todas as outras práticas na casa) e nem há qualquer fonte externa para o apoiar. Sempre
foi a Escola ou o Festival de Música ou mesmo algum subsídio por que lutámos a permitirem pagar as despesas do Coro. Houve quem, sendo supostamente responsável, sempre contrariasse uma posição mais colaborante do Coro para a sua sustentabilidade. Agora é tudo muito difícil. Por outro lado, contrariamente ao plasmado nos Estatutos, algumas pessoas quiseram transformar o Coro num centro de discussão permanente, de indisciplina, como se estivéssemos na Lisnave, afrontando-se mesmo a direcção. O que inviabilizou qualquer conversa serena mais atempada no sentido de o Coro, duma forma ou doutra, ir tratando ele mesmo de ser mais sustentável. Como já acontece com muitos Coros que ora sobrevivem à crise com menos dificuldades. Ora, o Coro não é local indicado para estas situações e muito menos para indisciplina. A instituição tem os seus órgãos próprios de discussão para isso (mas nunca de afronta), nomeadamente a Assembleia Geral. As reuniões do Coro devem dizer respeito aos aspectos artísticos e à sua organização e convívio. Recordo que este mesmo conservadorismo de pacotilha logrou fazer soçobrar algumas instituições prestigiadas.
A direcção, no pleno uso das suas competências, instituiu agora um contributo de 10 Euros/mês por coralista, como fora dito em Assembleia Geral e com informação ao Coro em tempo oportuno, admitindo-se que a pessoas com dificuldades maiores, a exemplo dos professores das Escolas, pudesse ser aberto um estatuto de excepção. E está a envidar esforços no sentido de tornar mais profissionais as vendas dos espectáculos e a promover a interacção institucional. Esta interacção é transversal, sendo suposto poder melhorar todos os sectores da casa. Dificilmente se conseguirá assim pagar mais que um terço das despesas do Coro nos tempos mais próximos. Mas minora-se o sacrifício e abrem-se novas portas. E assim o Coro não acaba, ao contrário do que está a acontecer pelo país fora. Manter-se-á por muitos anos.
Obviamente, algumas pessoas saíram do Coro no último mês, quase todas dizendo não se tratar dos 10 Euros mas por não gostarem da postura do maestro. Estão no seu pleno direito. Todavia, como explicámos reiteradamente, o pagamento é indispensável em absoluto para que o Coro se mantenha (mesmo que este contributo seja um regime temporário). E o maestro, constatámo-lo, é pessoa respeitada há muitos anos em todos os locais por onde passou e passa. Trata a todos por igual, o que é muito bom e poucos têm feito, sobretudo quando querem ter uma claque de apoio. E contratos são contratos! Falámos com ele, foi sensível a alguns aspectos referidos pelas pessoas, e combinámos que seria melhor ter uma aproximação mais tolerante em relação aos coralistas. E tudo está a correr muitíssimo bem a esse respeito.
Não houve oportunidade para se ter uma palavra com cada um destes coralistas. Venho hoje, por isso, dizer-lhes, particularmente àqueles que sempre tiveram uma postura muito saudável e um carinho especial quanto à instituição, e àqueles que dão valor aos valores e à preservação honrada das memórias, que, pela sua não presença e participação, estão a fazer muita falta à qualidade e à sociabilidade do Coro. O Coro pode, mercê do seu peso artístico, dar peso, pela sinergia, à própria instituição como um todo. Daí todo o esforço (muito grande!) que tem sido feito nos últimos 30 anos e até hoje no sentido das digressões, da organização de concertos Coro e Orquestra ou da participação no Festival de Música. A atenção para com o Coro nunca esmoreceu. Pode-se confundir «esmorecer», como já vi escrito, com intolerância à indisciplina. Mas quem o fizer está errado! Todos os que prezam a continuidade da cultura e dos seus instrumentos, com honra e perseverança, lhes ficarão gratos pelo vosso regresso. Seguramente que todos se sentirão felizes e com maior auto-estima, se, com o vosso contributo, se puder vencer a crise da cultura no país (não criada por nós) e dizer a quem de direito «a cultura sobrevive porque fazemos muito por isso».
Henrique Pinto
Novembro 2012
 

 

DUAS COLECÇÕES EM ALTA: «VAN GOGH» E «IMPRESSIONISMO»

Estar em Amesterdão por qualquer motivo, como em outra cidade fabulosa e bela, implica ver tudo o que é diferente. Há uma imensidão de coisas singulares. Visitar ainda e sempre o já conhecido é a imperiosa sedução do belo. Quantas vezes ouvimos com fresco agrado «Someone like you», de Adele, ou Beethoven e Mahler? Eis a razão pela qual se vai,
religiosamente, até ao Museumplein ouvir a Orquestra Concertgebouw (em breve estará em Lisboa, de novo), ou apreciar uma outra vez o essencial da pintura do eterno Van Gogh, aquele que numa curta vida procurou obsessivamente a cor máxima, única, absoluta, qual nota triunfal. À Maria da Graça agradeço o ter-me feito devoto de tal demiurgo sublime!
O Museu Van Gogh de Amesterdão guarda a maior parte das pinturas e desenhos deste artista singular. Granjeia já milhão e meio de visitantes por ano chegados de todo o mundo. Tem por vizinho outro dos ícones da cidade, o Rijksmuseum, possuidor da maioria da pintura holandesa e dos seus grandes mestres em todos os tempos, de Rembrandt a Vermeer. Mas
o museu de Van Gogh está fechado para obras até Abril 2013. Um pouco dos trabalhos do génio está de momento à guarda do novel Museu Hermitage de Amesterdão. Trata-se dum ramo do Hermitage russo. É mesmo a contribuição mais significativa deste museu fora de São Petersburgo. Durante 324 anos o edifício, construído em extensão numa das curvas do rio Amstel, e os seus pátios interiores, foram lugar de assistência na saúde e alojamento para seniores. No final do século XX
renasceu para uma nova utilização. O museu, fundado em 2004, cresceu entre 2007 e 2009, altura em que foi inaugurado pela Rainha Beatriz e pelo presidente russo Dimitry Medvedev. Hoje é um destino popular. As exposições têm incluído tudo, de ourivesaria grega a Arte Nova, desde Matisse a Malevich. Alberga agora uma riquíssima mostra do pintor
holandês e uma outra, igualmente espantosa, dedicada a um segmento significativo da pintura impressionista em geral, Degas, Renoir, Cezanne, Gauguin, Monet e tantos outros. É um duplo encanto neste Outono a valer por mil dias.
Henrique Pinto
Novembro 2012