sexta-feira, 24 de julho de 2009

INSTRUMENTOS DE PAZ

Brasil em Portugal e no mundo

Gunter Pollack, personalidade tão querida e significativa do movimento Rotário no mundo onde se fala português, esteve agora uma vez mais em Portugal a participar na Assembleia Plenária 2009 das CIP (Comissões inter países), com o seu virtuosismo no manejo da oratória e das ideias.
Representou a CIP-PLOP, que liga o Brasil aos países de língua oficial portuguesa. Mas o significado da sua presença em Portugal esteve muito para além desta circunstância. Em primeiro lugar a CIP-PLOP é um exemplo notável para o mundo e disso deu conta na sua voz tranquila com sibilina objectividade e grande fulgor. O seu relacionamento proactivo com os países de língua portuguesa - e particularmente no alavancar dos projectos promovidos em África - está na linha de intervenção das mais recentes e entusiásticas CIP no mundo, como atesta o Relatório Mundial 2009. Depois, foi uma fonte inesgotável de motivação e de inspiração pela força desse exemplo, tanto na sua intervenção de fundo como na da cerimónia de encerramento do evento.
Esta Assembleia constituiu-se como um momento importante de formação e reflexão, uma abordagem moderna à luz do importante papel das CIP nas práticas futuras de Rotary. Serge Gouteyron, ex vice-presidente de RI, actual Chairman mundial para as CIP, endereçou mensagem a este encontro, salientando particularmente a participação do Brasil.

As CIP em Birmingham

Serge Guteyron e Genaro Cardinale, também ex director de Rotary International (RI), conseguiram que o tema CIP ocupasse um lugar dos de maior destaque na Convenção de Birmingham, Inglaterra, em Junho último, sob o lema «CIP, um Caminho para a Paz». O vice-presidente da Fundação dos Rotários de São Paulo, Nahid Chicani, Carlos Henrique de Carvalho Fróes, director da Revista Brasil Rotário e António Hallage, o actual director brasileiro de RI, reiteraram ali o já feito por mim quanto à importância das CIP para o Brasil no contexto mundial.
Estes dois eventos de escala tão diferente foram igualmente relevantes para todos os Rotários nos dias de hoje, na perspectiva de situar o Rotary dentro de todas as diligências a qualquer nível para a paz no mundo.

Salto exponencial

Em resposta às sequelas da segunda guerra mundial, RI dispõe permanentemente desde 1950 de tão importante instrumento de paz, as CIP (depois de reactivada a Comissão Franco-Alemã, de 1938). Antes mesmo de ser institucionalizada a primeira Bolsa Educacional da Rotary Foundation (em 1947). Têm carácter bilateral e multilateral, como é o caso do Brasil, e o objectivo de fazerem crescer a compreensão internacional entre os povos.
Em 2008 este movimento teve um inusitado e fortíssimo incremento. Em boa parte este salto histórico deveu-se à eficácia da Conferência de Cannes, em França, sobre o tema A Paz é Possível, promovida pelo presidente de RI Wilfred Wilkinson e dedicada exactamente ao papel das CIP neste vultuoso propósito. Na Europa Ocidental e Central, Africa, Médio Oriente, Israel, Continente Americano, Austrália, Ásia, China, Índia e Rússia, foram criadas comissões desta natureza, correspondendo aos desejos dos Rotários e dos seus clubes, de estreitarem laços de amizade entre países, e, sem disso se darem conta, contrariando até alguma lógica neocolonialista das políticas de certos Estados, contribuírem para minorar as ameaças contra a paz, conforme afirmou no Instituto Rotário de Atenas, de Novembro último, a actual Directora de RI, Catherine Noyer Riveau.
Uma directiva do Board de RI a propósito das CIP, de 2007, recomenda o irmanar de novos clubes, o desenvolvimento duma rede internacional de clubes padrinhos e o fortalecimento de intercâmbios amigáveis entre os países, o desencadear de acções de interesse público mundial e o multiplicar de acções de ajuda específicas dos grupos profissionais de Rotary.
Birmingham 2009, tanto na reunião do conselho executivo das CIP, como na sessão especial dedicada a estes órgãos (esta e a sessão da literacia foram das mais participadas neste importantíssimo evento), mostrou-nos que o crescimento actual já é exponencial, superando o ano transacto.

O futuro em Montreal

A vida duma CIP pressupõe a existência duma secção da mesma em cada um dos países a que respeita, que, em primeira instância, tudo fará para fazer crescer o número de clubes de um país irmanados com clube(s) do(s) outro(s) país(es). Um quinto dos Rotary Clubes portugueses tem já o seu clube irmão no Brasil. Eu espero convictamente que os tempos mais próximos tenham uma franca evolução neste panorama.
Na Convenção 2010 de RI em Montreal, no Canadá, vão seguramente formalizar-se muitas outras CIP ora em negociações de formação. No caso português, actualmente com 14 CIP, diligencia-se agora para a extensão à África do Sul, Argentina, Bulgária, Canadá, Estados Unidos, Inglaterra (reactivação), Grécia, Holanda (reactivação), Japão, Líbano, Suíça, Tunísia, Ucrânia e Venezuela.
Hpinto
(Coordenador das CIP em Portugal)
in Boletim do RC São Paulo, Brasil
Julho/Agosto 2009

2 comentários:

  1. Parabéns pelo seu Blog. Virei cá frequentemente. Já sou uma seguidora. :)

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  2. Caro amigo, parabéns pelo blog.
    Da excepcional capacidade de analizar o mundo em que vivemos já eu conhecia as sua imensas capacidade. Finalmente entrou no mundo da blogosfera com essas ideias.
    Sou um dos seus seguidores.
    RP

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