segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

POLIO, EPOPEIA DOS TEMPOS MODERNOS

Felicito vivamente o R C da Figueira da Foz, um dos clubes rotários decanos em Portugal, e o seu presidente, Miguel Nascimento Costa, por este empenho tão forte em prol duma causa decisiva para o mundo contemporâneo.
Como na iniciativa «Paz no Mediterrâneo» lançada em Março passado no Conselho da Europa, de que há dias falei em Coimbra, RI tem estado um passo à frente dos tempos.
A maioria dos portugueses não teve contacto directo com a Poliomielite ou Paralisia Infantil, como era conhecida entre nós. Quando os notáveis rotários recentemente falecidos, o presidente de RI Carlos Canseco e o ex vice-presidente Bill Sergent, lançaram ao mundo este enorme desafio, o de, pela segunda vez na história, se acabar com uma doença no mundo, doença francamente mortal ou mutilante, Portugal era dos poucos países livres da doença.

Esse milagre deveu-se à organização sanitária introduzida pelo professor Arnaldo Sampaio, particularmente com a criação dos Centros de Saúde e a generalização da vacina.
Honra se faça, hoje e sempre, às suas memórias.
Esta campanha mundial agora à beira do fim, a maior iniciativa planetária privada de saúde pública – os rotários deram um turbilhão de horas de trabalho voluntário e dinheiro para ajudar mais de 2 biliões de crianças em 122 países -, o maior objectivo filantrópico de Rotary International no âmbito da Iniciativa Global da Polio (que passou depois a incluir as organizações mundiais nossas parceiras), é particularmente onerosa. As vacinas, a formação de recursos, a criação de laboratórios, a organização de serviços de saúde mínimos mundo fora, constituem uma epopeia.
Se os rotários juntaram até hoje mais de um bilião de dólares, fruto de iniciativas individuais e em eventos tão importantes como este que o R C da Figueira da Foz e o seu presidente Nascimento Costa hoje nos proporcionaram, para combater a doença, a verdade é que este esforço já consumiu dez vezes mais em recursos financeiros, dádivas de países, nomeadamente Portugal, e de organizações, como a Fundação Bill e Melinda Gates, por exemplo.
Estima-se hoje termos salvo mais de 8 milhões de crianças e termos contribuído para uma poupança de 40 a 50 biliões de dólares, 85% dos quais nos países de baixo rendimento.
Se não continuássemos firmemente dispostos a pôr fim a este flagelo pela prevenção, dizem os peritos que o mundo poderia ter nos próximos anos cerca de 10 milhões de novos casos, obviamente incuráveis, e a custos de controlo proibitivos.
Portanto, por fatigante que possa parecer, ano após ano, fazermos apelo a este mesmo propósito, continuemos a fazê-lo, estoicamente. No final teremos um Rotary decisivo no planeta e, seguramente, um mundo mais desperto para o bem do Outro.
O RC da Figueira da Foz centrou esta belíssima iniciativa em torno da homenagem ao conterrâneo Santos Manuel, um grande actor que eu bem conheci na minha terra, pelo Teatro Experimental de Cascais, com Carlos Avilez. Expresso-lhes, ao distinguido e aos obreiros da distinção, toda a solidariedade do mundo, num forte abraço.

PGD Henrique Pinto
RI Advocacy Advisor for Polio Eradication
Figueira da Foz, 19 de Fevereiro de 2011
FOTOS: Henrique Pinto; Miguel Nascimento Costa e esposa; Henrique Pinto e o presidente de RI Carlos Canseco; o governador Armindo Carolino visitou Leiria e posou frente ao monumento Ode à Paz, de Rotary; o actor Santos Manuel; Henrique Pinto distinguido em Atenas como Grande Contribuinte para a Rotary Foundation pelo presidente de Rotary International e Rotary Foundation 

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