quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

TANTA GENTE INTELIGENTE...



Afinal fé e esperança são conceitos mais práticos que o imaginado. Não fossem eles e até poderia supor-se, como Jerónimo costumava alvitrar, isto é tudo «farinha do mesmo saco. Tenho confiança em António Costa – eu, marinheiro a navegar em águas não partidárias -, dentro das contingências europeias, e como o governo de Itália, está a resolver de supetão esta desgraçada mentira dos bancos. Até que ponto iria o rol de argumentos do constructo neoliberal a tal respeito se a maioria política fosse hoje outra? Como é possível haver tanta gente inteligente, vivendo a latere deste extremismo capitalista, a acreditar num breviário que deitou às malvas a social-democracia genuína?
Não se enterra de todo o machado do «fostes vós quem o fez…» tão ao jeito da nossa idiossincrasia política, uma propensão fatal para fugir às suas próprias debilidades, como o foi bater no líder do 18º governo já fora do tempo. Porque esse tropismo tão do género a borboleta e a luz, fará parte do ADN da má política, como diz o pessoal da bola. E é extensível, como metástases, a toda a administração da sociedade, da modesta coletividade desportiva à mais requintada instituição cultural. Do «viver acima das possibilidades» e o «gastaram tudo» ao  «só deixaram dívidas…», é um passinho de tartaruga. Mesmo quando há Obra feita e dívidas só mesmo as do coração.
Quando a tão infeliz tradição se junta o fator humano, a desfaçatez e o mau caráter, os resultados podem ser os mais injustos e cruéis.
Henrique Pinto

Dezembro 2015
Forte de São João do Estoril, residência oficial de Salazar

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