quinta-feira, 26 de novembro de 2015

O COMER BEM DISTINGUIDO COM O NÓBEL DA ECONOMIA

Rui Vitória
A revolução do conhecimento médico dos últimos trinta anos e do seu entrosamento social e económico é absolutamente extraordinária. O impacto na fatura alimentar é relevantíssimo. O fato de o Prémio Nobel da Economia deste ano ter sido atribuído a um investigador preocupado com o Consumo, Pobreza e Bem estar (título do último livro de Angus Deaton) é a tal respeito bem significativo.
Temos a um tempo a generalização do fenómeno da inflamação a situações até há pouco impensáveis, como a obesidade – e a sua relação com a doença cardíaca, a diabetes e a hipertensão, por exemplo -, ou aos mecanismos da depressão. Daí a recomendação médica para a alimentação incidir, num e noutro caso, no reforço da dieta em matéria anti-inflamatória como os ácidos gordos ómega 3 e a generalidade dos antioxidantes, designadamente as vitaminas da dieta alimentar.
Angus Deaton
Alguém disse das transmissões nervosas, com toda a propriedade, assistir-se paulatinamente à materialização do espírito. Veja-se a doença de Alzheimer e a de Parkinson associadas à falta ou ao defeito estrutural de proteínas diferentes.
Um fenómeno tão diverso como o sucedido, entre outros, com o futebolista húngaro do Benfica Miklós Fehér, falecido num ápice em pleno campo, conhecido pelo nome imediatíssimo de síndroma da morte súbita – vi-o em crianças na urgência, um sofrimento horrível para as famílias e profissionais -, tem afinal uma origem muito semelhante.
Ao olharmos Rui Vitória, o atual treinador do futebol deste mesmo clube, custará a entender como alguém tão ligado à atividade desportiva e uma figura pública, passível de ser tomada por exemplo, não cuida minimamente da forma física. A sua obesidade excessiva associada a ventre tenso e dilatado, indiciam sofrimento do tubo digestivo perfeitamente regulável através da ingestão dum mero chá de linhaça, de frutos secos e água, inseridos numa dieta saudável menos calórica.
Ao evocarmos as doenças reumáticas logo nos ocorre tratar-se de doença dos velhos com dores nas articulações. Todavia, a grande maioria deste conjunto de cerca de cem doenças ocorre em crianças, jovens e adultos, sobretudo as mulheres. Gastam-se toneladas de medicamentos para a inflamação e litros de cálcio, e, quantas vezes, minimiza-se a importância da alimentação saudável. Os ácidos gordos ómega 3 e 9, protetores do sistema vascular mas também anti-inflamatórios, presentes na sardinha, atum, salmão, bacalhau, azeite, linhaça, frutos secos, leite, carne e ovos, são uma necessidade absoluta.
Estamos num período histórico de mercado sem fronteiras e dum certo laxismo das autoridades no respeitante à tolerância em relação a consumos alimentares deturpados e a alimentos e medicamentos não recomendáveis. A boa como a má qualidade do consumo alimentar, avaliada desde os patamares da mico à macroeconomia, marcam o perfil do país.
Henrique Pinto, Professor Doutor
Médico graduado em Nutrição Clínica
In Diário de Leiria 24/11/15
Henrique Pinto e Andreia Pinto




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