Aquele olhar súbito que nos fixa, quase um chamamento, urgente e intenso. Que abarcaria o mundo e a existência. Ou a mão a apertar a nossa, fremente, olhos cerrados, consciente da partida. São sinais fortes de despedida. Acompanhar-nos-ão sempre. Adocicam a dor da memória. Suavizam-na com o tempo.
Olhares existem que duram anos. Um ver sem lembranças ou sofrimento aparente, despegado de sentimento. Quanto e longamente pena quem acarinha estes dementes de
Alzheimer?
Numa vida normal há 10 a 15% de hipóteses de se contrair a doença. O
Jornal de Leiria deu voz a neurologistas tão credenciados como
Fernando Sá ou
Castro Caldas, dando nota de novas aberturas na aproximação ao tratamento e prevenção desta patologia. Há um consenso crescente sobre o muito que se pode fazer para abrandar a decadência da memória, da rapidez mental e da elaboração de decisões, relacionadas com a idade. «Alguns dos mitos acerca do cérebro - que não é alterável ou que nada se pode fazer pelo declínio cognitivo - não têm fundamento», diz
Lynda Anderson, directora de programa de saúde nos idosos do CDC dos EUA.
A
imunoterapia é apenas uma das novas direcções no tratamento da doença. Na
Clínica Mayo desenvolveu-se um programa de treino mental baseado no computador que aumenta o desempenho cognitivo das pessoas mais velhas em cerca de dez anos.
Nem todas as capacidades mentais sofrem por igual com a idade. O vocabulário ou as aptidões praticadas por muitos anos, como tocar piano, tendem a permanecer. Acontece muitas vezes as pessoas idosas continuarem a crescer socialmente mesmo face às doenças mais sérias. Factores como
educação, sucesso profissional e actividade intelectual, social e física, andam de mão dada com um melhor desempenho mental. Um estudo de 2003 concluiu que
pessoas com mais de 75 anos que dançavam, liam, praticavam jogos de consola ou tocavam instrumentos musicais, tinham um ratio menor de demência.
Nesta linha de pensamento científico o Orfeão de Leiria criou o Conservatório Sénior.
A dar anos à vida dos utentes através da dança e da música, um laboratório disponível para os investigadores. Exercitar o físico é do melhor que se pode fazer pelo cérebro. A música é essencial ao retardar do envelhecimento e ao desenvolvimento cognitivo em todas as idades.
Celina Pereira demonstrou-o na Emolândia. A esperança de vida à nascença está a aumentar e os idosos terão progressivamente um aspecto mais jovem. Comer menos e mexer-se mais é outro conselho sábio para manter por mais tempo um corpo atraente.
Henrique PintoIn Diário de Leiria, 2009
FOTO: a excelente actriz brasileira
Susana Vieira em Copacabana, muito apreciada em Portugal, bela e sensual apesar da idade
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