As festividades religiosas e lúdicas da
Semana dos Baleeiros nas Lages do Pico terminam apoteoticamente com a procissão em honra de
Nossa Senhora de Lurdes, padroeira dos baleeiros, e o fogo de artifício, no último domingo de Agosto.
Voltou a ser assim este ano.
A pesca à baleia nos mares dos Açores terminou em 1987, por despacho legal, numa «conjuntura política e ecológica para a defesa, protecção e conservação dos cetáceos do mundo» (1),
em nome da protecção devida pelo homem a estes nobres gigantes dos mares. Infelizmente grandes economias do planeta, de russos a japoneses e outros tantos, persistem nesta caça indigna.
O cachalote, como é conhecida a baleia dos Açores, foi aqui móbil de riqueza.
Proporcionou a apropriação museológica. O Museu do Pico tem três extensões, duas das quais a preitearem os heróis da faina baleeira. O Museu da Indústria Baleeira está sedeado no Cais do Pico, vila de São Roque – antiga fábrica da baleia de São Roque do Pico –, e o Museu dos Baleeiros na vila de Lages. A terceira extensão é o Museu do Vinho, outro bem gerador de riqueza, situado na vila de Madalena.
Mas o cachalote deu também azo a
manifestações de arte e de objectos utilitários em dente e osso. Renasceu como valor ecológico, ícone, objecto de observação – o whale watching, a que se dedicam várias empresas de Pico e Faial, a exemplo do Grupo Talassa, precursor – e como
um dos símbolos, fortíssimo, do processo de identidade dos açorianos.
(1) Garcia, J.C., Semana dos Baleeiros, 1998
HpintoSetembro 09
FOTOS: de cima para baixo e da esquerda para a direita, a tradição do velejar em bote baleeiro; duas, procissão de Nossa Senhora de Lurdes, palio e imagem da santa padroeira dos baleeiros; três casas das Lages do Pico, algumas engalanadas de colchas nas janelas em dia da padroeira;botes baleeiros; igreja da vila das Lages do Pico; vila das lages do Pico; flores características dos Açores
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