As medidas económico-financeiras lançadas por
Obama,
Sócrates e
Merkel para responderem ao descalabro da economia mundial, designadamente aguentando o sistema financeiro, são muito semelhantes.
Os l
obbies americanos tudo farão agora para criar obstáculos às propostas de Obama no alargar a cobertura na saúde aos 30 milhões de desprotegidos, porquanto, argumentarão democratas e conservadores, isso «sairá do bolso» dos contribuintes. Mas o que está a fazer mais mossa na popularidade do presidente americano é o facto de o desemprego continuar a subir.
Portugal tem uma economia muito frágil. Segundo a OCDE pouco melhorou em absoluto nas últimas décadas. A negociação do pacto agrícola e do dossier pescas com a EU, feita há duas décadas, foi, a meu ver, ruinosa para o país. É igualmente verdade também,
a não pertencer á Europa a economia portuguesa estaria hoje próxima da albanesa. Não é de estranhar o desemprego continuar a subir apesar do ligeiríssimo aumento do crescimento. É bom para o estado anímico do primeiro-ministro português, governante a aguentar melhor o seu barco relativamente aos congéneres europeus.
Ângela Merkel, democrata cristã, também a braços com eleições a curto prazo, não tem melhores perspectivas para o emprego. A sorte de a
General Motors se ter comprometido a vender a
Opel a um grupo empresarial do Canadá, em condições favoráveis à Alemanha, evita-lhe para já o espectro de 50000 perdas de emprego a mais neste mês.
O programa «económico eleitoral» de
Ferreira Leite é sedutor. A dirigente social-democrata tem ainda a seu favor o ter-se rodeado de duas ou três pessoas jovens, competentes e credíveis, como os professores
Rangel e
Mota Pinto. Todavia, é seguro dizê-lo, se for primeira-ministra em Outubro de nada lhe valerá o seu belo «programinha» económico. Terá, nessa eventualidade, de o rever por completo, para gerir o melhor possível as «doenças» do desemprego a crescer e da produtividade a minguar. Do que ora mostra de eventualmente bonito pouco se poderá aproveitar. O padrão de governança num contexto assim pouco varia.
Nada tenho de pessoal contra qualquer destes personagens, antes pelo contrário. Já o disse milhentas vezes, persistir muito mais tempo neste modelo de eleição para o Parlamento em Portugal será afrontoso. Teve a sua época útil há muito. Mas não existe opção diferente no momento. Outro remédio não há senão o aceitar a parafernal catadupa de «argumentos de campanha» suscitada por um tal modelo. Só isso me impede de chamar alguns bois pelos nomes.
HpintoSetembro 09
FOTOS: Obama, Sócrates e Ferreira Leite, Merkel com Sarkozy, 2007
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