domingo, 6 de junho de 2010

DESÍGNIOS PARA PORTUGAL


A coesão entre os portugueses ganha seguramente com níveis mais elevados de competências e literacia, com a paz social emergente da redução das desigualdades. O papel da educação é fundamental neste processo. Não é um problema de não investimento, o per capita de gastos
educacionais português está próximo do alemão. A justiça feita administração de tribunais, com a feitura das leis encomendada a lobbies, a permitirem à partida a sua inobservância, é um logro. O mar português é a quinta maior plataforma marítima do mundo, faz parte da soberania portuguesa, é um manancial energético, laboratório por excelência, fonte de alimento, mundo biológico, nomeadamente pesqueiro.
A lusofonia, da Indonésia à Argentina e ao Uruguai (e não somente no triângulo Angola, Brasil e Portugal), o quinto império de Agostinho da Silva, os luso-descendentes, a quinta língua mais falada no mundo, bem pode ter-se como um objectivo cultural. A crise alimentar da Humanidade é previsível – escrevi sobre isso a propósito da convulsão leiteira com Bruxelas e da política europeia de subsidiar o extinguir da produção -, os Relatórios FAO são incontornáveis, razão de sobrevivência para se antecipar a sua prevenção apoiando a agricultura, os pescadores. A independência energética não é uma miragem.
Construíram-se Estádios de Futebol, como em Leiria, que para nada servem, quando a valorização das cidades e aldeias históricas (encher Sortelha de eólicas não é porventura a melhor promoção), com a ênfase na preservação dos centros históricos, é um potencial turístico e um leit motiv para melhorar a qualidade de vida (os efeitos positivos e negativos da estética na saúde mental são inegáveis).
A dignificação do Estado, pela meritocracia e o exemplo, com o fortalecimento da democracia nas vertentes participativa (um deputado que responde perante os seus eleitores dificilmente será a «voz do dono»), como representativa (onde a agenda democrática não deve esgotar-se), é um imperativo moral, ético e civilizacional.
Por tudo isto a palavra de Fernando Nobre é dirigida a todos os portugueses, independentemente dos juízos e opções eleitorais que tenham tido até agora, atravessa todos os estatutos sociais (a dor física e moral, como a desilusão, não têm classe social). Cobre todo o espectro familiar, dos jovens aos avós, como o concerto de Miley Cyrus no Rock in Rio Liboa. Não é palavra contra ninguém, nem contra quem fez isto ou aquilo, mesmo o que hoje mina estes desígnios.
Henrique Pinto
Junho 2010
FOTOS: Artur Pereira, director nacional da campanha, Fernando Nobre, Francisco Mendes, Nelson Carvalho (presidente da Câmara de Abrantes pelo PS durante dezasseis anos, conceptualizou e contextualizou de modo notável a Campanha Fernando Nobre) e Henrique Pinto; Miley Cyrus, a cantora de dezassete anos que une gerações; mãe e filho da lusófonia; Fernando Nobre, Nelson Carvalho e Henrique Pinto (mandatário pelo Distrito de Leiria) ao almoço em Santarém; almoço de apoiantes de Santarém ligados directamente à campanha; Fernando Nobre em entrevista, na visita à Feira Nacioal da Agricultura, em Santarém; pormenor do Castelo de Porto de Mós, a valorização dos centros históricos; discurso de Fernando Nobre, dez desígnios para Portugal.

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