terça-feira, 21 de dezembro de 2010

A FAZER UM PORTUGAL MELHOR

Portugal está cada vez mais na moda, Eis que o terrorismo internacional entra por aí dentro, droga contrafeita é exportada mundo fora e até redes de dólares falsos se descobrem. Manuel Pinho ensina na Columbia University. Os pobres deste país, grandes açambarcadores, foram-se ao açúcar e ao peru de Natal e foi um ver se te avias, desapareceu tudo. A classe média, a acreditar no que por aí consta, acorre em filas aos bancos alimentares, e muita gente chora pela chegada do FMI salvador, qual mama de sempre em vez de verdugo. Francisco Lopes num lado a lado televisivo com o professor Cavaco Silva, malha no orçamento como se governo fora em nome deste povo, que dos dele se libertará, creiam-me, quando mais culto (nada tem a ver com capacidade de trabalho ou inteligência, atributos a sobrarem a esta massa lusa). Finge debater com o suposto opositor. E este sorri. Se fosse eu até lhe agradecia a prestação. Não deixa de ser divertido.
Todavia, no que conheço bem por enclaves vários país fora, há excelência quanto baste. Enquanto presidente do Orfeão de Leiria Conservatório de Artes gostaria mesmo de, no próximo devir, como disse ao Diário de Leiria, a casa ser capaz de continuar a poder ostentar qualidade com verdade, solidariedade de par com a estética, e a validar as características dos seus singulares fautores de cultura, na humildade, com o pouco erguendo muito, fruindo o corresponder das multidões informes e diversas a que se dirige. A fazer um Portugal melhor.
Enquanto o garrote de Merkel e mercados, governo e oposições, aperta forte, mais forte ainda, vamos tratando dos males a saborearmos notícias. Vejam bem, Costinha ficou meio aliviado no trabalho. Substituíram-no. Grande jogador, admirávamo-lo muito enquanto tal, pena foi não ter passado pela nossa equipa! Dizia-se que conhecia meio Mónaco e suas princesas. Quando foi para a Rússia terá levado vinte e nove fatos e noventa pares de sapatos. Previdente como é de muito lhe devem ter servido. Voltou para dirigente do Sporting e fez um excelente trabalho de relações públicas e como gestor dos «activos», ora assim se diz. Afirmou-se ao mostrar quem manda. Acabou com Ismaelov, um gajo que nem sabia jogar com dores. Bastou-lhe um murrito na mesa. Mesmo se isso pode ter custado a eliminação do clube. E foi assim, obviamente, superior em correcção ao Sá Pinto, antecessor no cargo, o tal da socada em Liedson como se fora na cabeça de Artur Jorge. Nisto se assemelha à gestão de muitas empresas privadas e serviços do Estado. Pouco faltará para receber uma comenda. Não deixa de ser divertido.
Conhecemos o Diniz a tocar as suas mornas e koladeras no restaurante O Archote, em São Vicente, e a família adoptou-o, grande amigo. Empresário de alfaiataria no Mindelo, portista ferrenho, as filhas acabam estudos superiores no Brasil e dois rebentos estudam no Mindelo. Aí vive. Inteligente e culto, educado e tolerante, «mata-se» a trabalhar por uns poucos escudos que lhe permitam manter a família e não despedir colaboradores se as encomendas minguam. Esteve agora de novo a tratar-se nos Hospitais da Universidade de Coimbra, uns diazitos. À saída, doentes e pessoal despediram-se dum amigo do peito, a lágrima correndo. Talvez por haver muito boa gente como ele Cabo Verde é hoje, mau grado toda a debilidade, a quinta economia Africana.
Henrique Pinto
Dezembro 2010
FOTOS: Os ora candidatos à presidência da República; Cavaco Silva e Francisco Lopes na TVI; caricatura de Costinha; Liedson; o primeiro ministro e Manuel Pinho

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