quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

TATUADOS

Há coisas muito curiosas. Levou tempo, infelizmente, a que em Portugal houvesse alguma queixa contra a prática médica. Todavia, hoje, infelizmente, contesta-se por tudo e por nada. Veja-se, a síndroma de morte súbita tanto pode ocorrer na sala de urgências dum hospital como num campo de futebol. Os seus mecanismos bioquímicos são ainda em grande parte desconhecidos. Mas o tratamento público é assaz diferente e em ambos os casos fruto da ignorância, que também não merece esclarecimento adequado. E deveria tê-lo.
Hoje tornou-se moda verem-se os jogadores de futebol super tatuados. Não há gato pingado que não use uma qualquer tatuagem no local mais ousado do biquíni ou do calção. E no entanto continua sendo uma prática de altíssimo risco – cujos resultados letais não são por regra publicados enquanto tal -, mas socialmente sancionada positivamente. Para o cidadão comum e a informação generalista parece só serem práticas de risco as eminentemente médicas, mesmo onde a experiência já deu sobejas provas de sucesso.
Dezembro 2013
Henrique Pinto

Sem comentários:

Enviar um comentário