terça-feira, 16 de junho de 2015

A GRANDE PECHA

A Justiça em Portugal enquanto órgão de soberania (juízes e juízos) e procuradores (bem como os órgãos de investigação e manutenção da ordem pública), afetada a ministérios diferentes, não tem por onde se lhe pegue, tal é o desvario no atropelar das leis, na contenção, no rigor (de acordo com juristas eminentes), no quotidiano. Sempre entendi e nas últimas décadas fiquei mesmo convencido, é a Justiça que está a montante de toda a estrutura económica e social. Se a justiça é injusta e formalmente imprópria para consumo, desaparecem os sustentáculos políticos e morais duma nação. 
Enfatizou-se nestes dias um coro de lamentos e temores quanto a esta falha grave do sistema por parte de pessoas que pensam o fenómeno. Se boa parte dos cidadãos eleitores é abúlica, atávica e iletrada, maleitas de terapêutica demorada quando existe, qualquer burlão incumpridor bem falante, demagogo fútil ou encostado, leitor apressado duns livrecos ultraliberais ou apenas oportunista, pode, pelo mau exemplo, contribuir para a perpetuação deste status. Também uma justiça injusta dificilmente abre terreno à minoração da pobreza ou ao ajudar da igualdade de oportunidades.
Henrique Pinto

Junho 2015

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