segunda-feira, 2 de novembro de 2009

UM CAMINHO TANGÍVEL

Estamos à beira de celebrar e fazer o balanço de mais de um quarto de século deste novo Orfeão de Leiria Conservatório de Artes, como o vemos hoje. É por isso mesmo uma ocasião de júbilo e entusiasmo.
O projecto cujo relançamento dirigi, revolucionou a prática musical e o ensino artístico na região, aspirando sempre ao mais alto grau de desempenho, com a criação de públicos diversos, a motivação de novos programadores e a descoberta de novos locais de fruição. A ponto de alguns dos seus produtos terem hoje repercussão e reconhecimento internacional consideráveis e de as Escolas de Música e Dança da instituição constituírem o maior dos projectos nacionais entre os congéneres.
E este momento de avaliação acontece quando uma das nossas boas amigas - tantas vezes tocou nas celebrações e momentos importantes desta Saga - chega a ministra da cultura de Portugal. A sua intervenção intelectual, pedagógica e cultural, de altíssimo nível, credita-a, não como a directora de serviço que Miguel Sousa Tavares diz desconhecer, um tanto depreciativamente, mas como figura de tanto ou mais peso que anteriores detentores da pasta. Congratulamo-nos assim por vermos chegar a tal posto alguém que viu construir ano a ano, pedra a pedra, este projecto sedeado em Leiria e paradigmático para qualquer parte do mundo. E, seguramente
Grande projecto nacional propôs-se desde o inicio vincar a ideia singular de só a qualidade interessar quando existe o ensejo de trabalhar para a fruição intelectual e cognitiva dos cidadãos. Porquanto ela é o mais firme dos traços de união entre quantos se comprazem na arte, independentemente de a fruírem por prazer hedonista, de a estudarem com idêntico gosto e empenho ou por dela lograrem o exercício das suas profissões diferenciadas.
Ao prestar-se desprendida ao nobre princípio da solidariedade com os excluídos e por interpretar sublimemente a união entre formas tão diversas de a viver num patamar qualitativo exigente, a arte música aproxima-se como poucas outras expressões do instrumento ideal para difundir as concepções mor da paz, como caminho tangível. O que por si só legitima a felicidade humana como um meio justo e um fim partilhável.
Henrique Pinto
Novembro 2009
FOTO: Gabriela Canavilhas, ministra da cultura de Portugal (in Blog Olhares)

Sem comentários:

Enviar um comentário