sábado, 15 de agosto de 2009

SÓCRATES E CAVACO


Será o presidencialismo solução no optimizar o social? E se o presidente assumisse ser facilitador da sociedade e dos governos, ajudando, tanto a impedir na lei o dirigir de negócios com a governação a quem lhe pertenceu, como a estimular uma reforma eleitoral?
Ares do tempo vertem na tagarelice os perfis das pessoas Sócrates e Cavaco. O ruído nos subúrbios de eleições afronta o povo iliterato, por isso crédulo.
Tal acústica é um composto de manchetes infundadas, blogues venenosos, dicas inominadas, discurso exangue. Vira a aba de grilo no conteúdo, vade retro Satanás no aprovado a uma voz (duas votações no Parlamento) ou em programas gizados quando poder (transportes). Vates da economia, aparelhos e corporações assumem-na.
Nada me faz descrer da honorabilidade dos protagonistas, determinados, reformistas, metas tangíveis mesmo se ousadas. Prefiro um primeiro - ministro corajoso nas reformas, a suportar o ferrete da insídia, como Sócrates, a qualquer pantomineiro ou líder chocho. Antes um presidente da república competente, como Cavaco, que um poeta de belo timbre, irritante e demagogo.
Conheço Sócrates há muitos anos. Fui o anfitrião do conferencista. Colaborou na saga mundial da Poliomielite. Igual a milhares de portugueses diplomou-se por via administrativa, legítima, sem que, no que toca aos outros e não a ele, alguém lograsse furos noticiosos em tal saber.
Na primeira estada de Cavaco em Leiria, na solenidade dos Paços, anunciou o apoio à obra cultural, meu empenho. Falei com ele vezes diversas. Vi-o ídolo em York onde se doutorou. A seu tempo o partido de suporte - afastou-se dele no tabu -, gerou mal-estar na administração pública. O cartão da seta gerava impúdico ascendente. Contudo, é imoral apontar-se-lhe o dedo pelo «desvio» ulterior de alguns dos seus ministros e secretários.
Sócrates é aberto, abrangente por obrigação. A verve de Cavaco é conservadora british, ancora-se na economia. Governou com a RTP do Estado sem parceiros, e a Internet a tardar. Não respondia no Parlamento.
O Estatuto Açoriano – aspiração secular em papel de lacre – foi mel de abelha malsã. O presidente depreciou a postura de Governo e Assembleia. Antes do discurso em tropeço tinha a opção do Tribunal Constitucional.
Saber-se-ia da debacle mundial? Desemprego indomável e reformas em desarmonia com as finanças (Saúde) ou pobres em técnica e praxis sociológica (educação), enrugaram o rosto político.
Correia de Campos será História. A casuística da saúde entronizá-lo-á. A economia bateu-se por mercados, finanças e trabalho lidaram a instabilidade sem temor, a diplomacia é inteligente, criativa. Melhores professores fariam outros alunos, mesmo na escola de massas. Às grandes obras falta opinião independente. A Justiça, eivada de nichos corporativos, é vespeiro com décadas. Todavia, aos democratas no seio dos lobbies cabe serem exemplares.
Hpinto
Agosto 09

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